PIB do agro recua 3,3% no 3T23, mas cresce 18,1% em 2023; o balanço do setor no 1º ano do governo Lula
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2023 (3T23) frente ao segundo do ano.
O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou acima da expectativa do mercado.
Por outro lado, a agropecuária (produção dentro da porteira) viu seu PIB recuar 3,3% no período, que pode ser explicada após o agro atingir seu maior patamar no trimestre anterior.
Com a saída da safra da soja, que é concentrada no primeiro semestre, os resultados sofreram esse peso no terceiro trimestre.
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Apesar disso, na comparação com o mesmo período do ano passado (3T22), houve um crescimento de 8,8% no índice do setor, puxado pelo bom desempenho para algumas culturas, entre elas:
- Milho: 19,5%
- Cana-de-açúcar: 13,1%
- Algodão herbáceo: 12,5%
- Café: 6,9%
O grande destaque fica por conta do crescimento do agro ao longo de 2023, que no acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2023, cresceu 18,1%.
Para Leandro Gilio, professor e pesquisador do Centro de Agronegócio Global do Insper, é importante destacar o forte crescimento que tivemos em volume de produção no setor em 2023.
“Já com relação a preços, destaca-se que foi um ciclo de baixa nos principais mercados, o que prejudicou a remuneração esperada pelo produtor. No entanto, já era algo esperado também, dado que vínhamos de um momento de alta expressiva de preços motivada pela pandemia e pela guerra entre Ucrânia e Rússia e hoje os mercados tendem a uma maior acomodação”, explica.
Com isso, o Produto Interno Bruto no terceiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,741 trilhões, sendo R$ 2,387 trilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 353,8 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
O 1º ano do novo governo Lula
Na visão de Gilio, o crescimento para o PIB registrado no primeiro ano do governo Lula é motivado por um bom momento climático e pelo investimento na produção devido à alta de preços ocorrida na última safra.
“A safra entregue em 2023 é iniciada em 2022. Lembrando que houve uma quebra de safra entregue em 2022, portanto a forte alta é também uma recuperação da produção e produtividade em atividades como a soja. Assim, o resultado positivo registrado para 2023 tem pouca influência do atual governo”, analisa.
Por fim, o pesquisador do Insper destaca que governo tem promovido ações importantes, como um amplo plano-safra e busca pela recuperação da confiança do setor, ainda que tenha tido dificuldades para conciliar a pauta ambiental e social.
“As ações entre os ministérios não parecem muito coordenadas e é essencial que exista um planejamento mais estratégico para um bom desenvolvimento do setor”, finaliza.