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PIB do agro 2022: setores que caíram em 2021 compensarão as 16 milhões/t a menos de soja?

04 mar 2022, 13:55 - atualizado em 04 mar 2022, 14:07
Agricultura Agronegócio Máquinas & Equipamentos
Expectativa para o PIB do agronegócio em 2022 é como será a compensação pela quebra da soja

Justamente os grupos que puxaram a queda da participação do agronegócio no PIB de 2021 estão incumbidos de ativar o setor em 2022. Com o enorme desafio, a mais, de compensar a perda que a soja jogará nas contas, depois da vertiginosa perda da safra que está em andamento.

Café, sucroenergia, milho e pecuária, responsáveis pelo amortecimento negativo de 0,2% da agropecuária, dentro da soma positiva de mais 4,6% no conjunto da economia brasileira, precisarão ter um bom punch para suprirem a queda de cerca de 16 milhões de toneladas da oleaginosa.

Com peso muito maior que as demais contas do agro – só o complexo cana tem alguma equivalência em participação do PIB -, a safra aguardada está prevista em torno de 120 milhões/t, em uma média simples entre várias análises que circulam no mercado.

Todas as demais rubricas demonstram recuperação nas entregas programadas para 2022, mas além do peso de cada há fatores ainda incertos como câmbio e preços internacionais – apesar do apoio que vem da invasão da Ucrânia sobre o milho e sobre à sucroenergia (também sobre o trigo, porém de reflexo pequeno no PIB).

Custos de produção, como já se percebe com o choque de oferta de fertilizante, também precisam ser compensados.

De resto, a mesma situação que marca a soja, que, menos mal, tem apoio de alta diante da quebra brasileira e na América do Sul.

A cana-de-açúcar, que perdeu de 606 para 521 milhões/t na safra 21/22, ensaia uma entrada de 560 milhões/t, dependendo das chuvas em março, e entregará um pouco mais açúcar e etanol.

O milho perdeu feio na primeira safra 21/22, a de verão, mas que tradicionalmente é menor. O milho de inverno (safrinha) promete recompensar, pelo plantio dentro da janela e boas chuvas no cinturão de grãos do Centro-Oeste. No ciclo passado, que prejudicou o PIB do agronegócio, pela derrocada da safrinha, foi de 85,7 milhões/t, recuo de 16,4%.

Nesse conjunto agrícola que sofre com a seca prolongada, para o café há uma perspectiva de ser apurada pouco mais de 55 milhões de sacas, contra a produção de 47 milhões registradas pela Conab. Mas longe das 63 da campanha de 2020.

Por fim, na pecuária de corte e leite, fica a melhor expectativa para a primeira. A saída da China das importações de setembro a dezembro, diante dos casos da vaca louca, distribuíram prejuízos para toda a cadeia, mas 2022 começou em recuperação.