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PIB de 2022 será freado por consumo menor das famílias, diz economista

29 nov 2021, 15:17 - atualizado em 29 nov 2021, 15:17
Inadimplência, juros e inflação vão esfriar a vontade do brasileiro de gastar (Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O PIB brasileiro deve crescer apenas 0,7% no próximo ano. A economia poderia crescer mais, se não fosse freada pela tendência de menor consumo das famílias., disse o economista Flávio Calife, da Boa Vista (BOAS3), ao Money Times.

“O fato das famílias estarem com o consumo escasso por causa da alta do juros e inflação, com o mercado de trabalho ainda fraco, deve limitar o crescimento para o ano que vem”, explica. Calife calcula que a taxa Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, termine 2022 a 11%; já a inflação é estimada em 6%.

Além disso, ele projeta que o consumo também tende a ser menor por causa do aumento da inadimplência, que deve ficar em 5,2% no próximo ano. Para o economista, o calote das famílias faz com que as exigências para a concessão de crédito fiquem maiores até para quem paga as contas em dias.

“Outro ponto que impacta na renda das famílias é um Auxílio Brasil enxuto em relação ao Auxílio Emergencial, que faz com que parte da sociedade tenha um consumo menor”, diz.

PIB será pífio, mas não negativo

Por outro lado, ele não trabalha com uma cenário de recessão para o ano que vem, como o Itaú Unibanco (ITUB4), que estima que o PIB deve recuar 0,5% em 2022.

“Mesmo que o consumo das famílias segure a retomada da economia, não vejo que teremos um PIB negativo, tendo em vista que o próximo ano é um ano eleitoral, e os gastos do governo tendem a dar uma aliviada”, explica.

Calife comenta também que não enxerga as perspectivas do Itaú como pessimistas. Ele explica que as projeções do banco estão dentro da média.

Por fim, ele espera que o dólar termine 2022 entre R$ 5,40 e R$ 5,50, com muita volatilidade, devido às eleições.

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