Economia

PIB brasileiro tem ‘avanço tímido’ com gastos do governo no 4T24, apesar da alta de 3,4% no ano; veja o que dizem os analistas

07 mar 2025, 14:47 - atualizado em 07 mar 2025, 14:47
Mercados, Economia, PIB, 4T24
O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 0,2% no 4T24, fechando o ano com um PIB de 3,4% (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

Com os dados de hoje do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o mercado espera que a economia mire uma recuperação nos primeiros meses deste ano. No quarto trimestre de 2024, houve um crescimento de 0,2%, representando uma desaceleração frente à alta de 0,9% no período de julho a setembro do mesmo ano.

Com isso, o país fechou 2024 com um PIB de 3,4%, de R$ 11,7 trilhões. Em valores correntes, totalizou R$ 3,1 trilhões. No ano anterior, a atividade no Brasil cresceu 3,2%.

Os números vieram abaixo das expectativas do mercado, que esperava um avanço trimestral de 0,4% e anual de 3,5%.

Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, apesar de ser inicialmente visto como um sinal preocupante, a desaceleração no PIB pode “estar dando sinais de alívio” na inflação, abrindo margem para que o Banco Central não aumente “tanto os juros”.

“Não é ruim a economia não crescer tanto, desde que isso seja acompanhado por um efeito de redução da inflação”, afirma.

Hungria ainda destaca que, atualmente, uma economia crescendo em um ritmo razoável, com inflação controlada, pode ser uma notícia melhor, do que, por exemplo, a economia crescendo muito forte e havendo risco de perda de controle inflacionário.

Mario Mesquita, Natalia Cotarelli e Marina Garrido, economistas do Itaú BBA, destacam que a desaceleração nos setores de serviços e indústria e uma contribuição negativa do setor agrícola, pressionaram a inflação para abaixo das expectativas da equipe.

“Apesar da surpresa negativa do consumo no último trimestre de 2024, esperamos alguma recuperação nos primeiros meses deste ano”, dizem. “Com isso, mantemos nossa projeção de alta de 2,2% no PIB em 2025”.

Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, mantém a projeção do PIB em 1,0% em 2025, e pondera que o dado teve desempenho aquém do esperado, com um ‘avanço tímido sustentado pelos gastos do governo’.

Para Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, o ano de 2025 deve marcar uma desaceleração do ritmo de crescimento na esteira do que foi confirmado pela divulgação de hoje.

Isso porque o carrego estatístico para 2025 está na casa de 0,8%, um pouco menor do que o mercado projetava, e deve causar algumas revisões baixistas para as projeções que estão na casa de 2% para este ano.

“Apesar de se tratar de uma desaceleração ordenada e de certa forma conduzida pelo Banco Central, cresce a apreensão quanto à reação política quando os dados começarem a confirmar menor dinamicidade na economia, especialmente no mercado de trabalho”, destaca.

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Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
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