Política

PF vê crimes de Bolsonaro em associar HIV à Covid, pede ao STF prorrogação de prazo e quer depoimento do presidente

17 ago 2022, 19:49 - atualizado em 17 ago 2022, 19:49
Jair Bolsonaro
Ao enviar ao STF um novo relatório parcial das investigações, a delegada disse que é necessário realizar novas diligências para concluir as apurações (Imagem: Flickr/Isac Nóbrega/PR)

A Polícia Federal considerou que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes ao fazer uma associação sem provas e falsamente entre a vacinação contra Covid-19 e o suposto desenvolvimento da Aids, pediu a prorrogação do inquérito que investiga o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e quer tomar o depoimento do chefe do Executivo.

Em manifestação encaminhada no final da tarde desta quarta-feira ao STF, a delegada da PF Lorena Lima Nascimento entendeu que Bolsonaro encorajou o descumprimento da medida sanitária que obrigava o uso de máscaras e ainda provocou alarme a terceiros de um perigo inexistente, o que seria uma contravenção penal delito de menor potencial ofensivo.

Em uma transmissão pelas redes sociais em outubro do ano passado, o presidente disse que relatórios do governo do Reino Unido teriam mostrado que pessoas totalmente vacinadas contra Covid teriam desenvolvido Aids.

Ao enviar ao STF um novo relatório parcial das investigações, a delegada disse que é necessário realizar novas diligências para concluir as apurações, dentre elas ouvir o próprio Bolsonaro.

“(…) E, como último ato do presente inquérito, seja oportunizada a oitiva do Senhor Presidente da República, cuja formatação – presencial ou por escrito, é solicitada a devida autorização ao Exmo. Ministro Relator”, pediu ela ,dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.

Procurada, a Advocacia-Geral da União não respondeu de imediato a pedido de comentário sobre a manifestação da PF.

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