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PF rastreia dinheiro da Unick em paraísos fiscais; Empresa segue sem pagar clientes

23 set 2019, 17:00 - atualizado em 23 set 2019, 17:51
Executivos da empresa vêm prometendo nas redes sociais que ela vai retomar os resgates desde o início de agosto, quando suspendeu seu site por 12 dias (Imagem: Facebook/Empresa)

Por Arena do Pavini

Polícia Federal tenta rastrear supostas remessas bilionárias de recursos feitas pelos donos da Unick Forex para paraísos fiscais na Europa e na América Central, informou hoje o jornal Diário de Canoas, no Rio Grande do Sul.

A empresa tem sede na cidade gaúcha de São Leopoldo. A Unick, que mudou de nome para Unick Academy, parou de pagar os valores prometidos a seus investidores em julho, alegando problemas operacionais e, depois, um desvio de recursos.

Executivos da empresa vêm prometendo nas redes sociais que ela vai retomar os resgates desde o início de agosto, quando suspendeu seu site por 12 dias. Após esse período, anunciou que não pagaria mais rendimentos aos investidores e somente devolveria o valor aplicado em parcelas mensais. A empresa alega ter um milhão de clientes, no Brasil e no exterior, e continua oferecendo pacotes de investimento nas redes sociais.

Nos últimos 30 dias, o site Reclame Aqui registrou 5.121 reclamações contra a Unick, que se tornou a sétima empresa com mais reclamações no período. A empresa responde a processo sancionador da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que viu indícios de pirâmide financeira na oferta da Unick.

Segundo a reportagem do Diário de Canoas, uma das rotas do dinheiro seria Mônaco, na Europa, e teria sido usado na compra de um iate de luxo pela cúpula da Unick. Outros destinos seriam Luxemburgo, Panamá e Belize. O dinheiro teria sido enviado ao exterior por meio de empresas offshore, possivelmente no Uruguai, especializadas em remessas para paraísos fiscais.

O jornal não cita a fonte das informações e afirma que a PF não fala sobre a investigação, que teria começado há um ano e sete meses. Mas cita uma fonte ligada à investigação que afirma que o caso é mais complicado que o de outra empresa também envolvida em prejuízos para investidores, a InDeal, fechada em maio e que levou à prisão de dez pessoas. Segundo essa fonte, diferentemente da InDeal, os diretoras da Unick não colocaram praticamente nada em seus nomes, as transações são mais sofisticadas e em quantias “absurdamente maiores”.

A Unick Forex prometia ganhos diários de 1,5% a 3% ao dia para seus investidores, rendimento que viria da participação na venda de pacotes de educação financeira.

Além disso, pagava porcentagem pela indicação de novos investidores, de 10% sobre o valor aplicado pelos novos clientes, e mais uma porcentagem sobre os que esses clientes atraíssem para o negócio. A empresa não tem patrimônio, seu contrato social era de uma empresa comercial, mas mesmo assim teria atraído um milhão de investidores, segundo vídeos divulgados por seus dirigentes na internet.

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