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PF prende quadrilha responsável por pirâmide financeira que gerou prejuízo de R$ 4 bilhões

19 out 2022, 13:14 - atualizado em 19 out 2022, 13:26

A Polícia Federal, a Receita Federal e a Agência Nacional de Mineração (ANP) fizeram em conjunto nesta quarta-feira (19) operação contra uma quadrilha acusada de esquema de pirâmide financeira em mais de 80 países.

Os envolvidos ainda são acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

A investigação se iniciou em agosto de 2021 com a prisão de duas pessoas na fronteira do Brasil com o Paraguai com 100 mil dólares em dinheiro vivo. Foi descoberta a existência de esquema de pirâmide financeira que captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas em mais de 80 países e prejuízo estimado em R$ 4,1 bilhões.

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 41 mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

A justiça ainda determinou o bloqueio no valor de 20 milhões de dólares e sequestros de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.

Vítimas investiam de 15 a 100 mil dólares

Por meio de sites e aplicativos que mantinha nas redes sociais, a organização criminosa prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano.

A promessa era de transações no mercado de criptoativos por supostos “traders” a serviço da empresa, os quais seriam utilizados para multiplicar o capital investido e, ainda, instando os que ingressavam no negócio a captar novos investidores, em mecanismo que chamavam de “binário”, proporcionando ganhos percentuais sobre os valores investidos por novas pessoas que eram atraídas para o esquema.

A quadrilha tinha presença em redes sociais, além de mostrar planos de marketing elaborados, além da estrutura e apoio de entidade religiosa pertencente a um deles, para captar recursos financeiros desde 15 dólares a 100 mil dólares.

Promessas de investimento em criptomoedas e minas de diamantes

O grupo chegou a criar duas criptomoedas, lançadas pelo grupo criminoso no final de 2021, sem qualquer lastro financeiro. Foi identificada manipulação de mercado para valorizar uma das moedas artificialmente em 5.500% em apenas 15 horas, com pico de até 38.000%, dias depois.

Os investigados combinaram um “ataque hacker”, alegando um imenso prejuízo financeiro com a ação e retiveram todo o dinheiro dos investidores a tal pretexto, propondo a suspensão de todos os pagamentos sob o argumento da necessidade de uma auditoria financeira.

Para movimentação do dinheiro, foram utilizadas as contas bancária dos investigados, empresas de fachada, parentes, além de terceiros ligados ao grupo, que, inclusive, contou com a auxílio de uma entidade religiosa que, sozinha, movimentou mais de R$ 15 milhões, sendo também utilizada para captar investidores, buscando a ocultação e lavagem de dinheiro dos recursos.

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