Política

PF indicia ministro do Turismo em investigação sobre candidaturas-laranjas

04 out 2019, 13:58 - atualizado em 04 out 2019, 14:58
Com a decisão da PF de indiciá-lo, o relatório com as conclusões da apuração será enviado ao Ministério Público que poderá denunciar o ministro (Imagem: TV Brasil)

A Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em uma investigação em que ele é alvo sobre o suposto uso de candidaturas-laranjas do PSL no Estado de Minas Gerais nas eleições passadas, de acordo com uma fonte que acompanha o caso, mas o ministro segue no cargo.

De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, “o presidente aguardará o desenrolar do processo e o ministro permanece no cargo”.

Antônio presidiu o diretório mineiro do PSL –partido do presidente Jair Bolsonaro— e é suspeito de envolvimento na escolha de candidaturas de fachada com o objetivo de desviar recursos públicos do fundo eleitoral.

O ministro ainda não comentou a decisão, após ser procurado por meio da assessoria de imprensa do Ministério do Turismo.

Com a decisão da PF de indiciá-lo, o relatório com as conclusões da apuração será enviado ao Ministério Público que poderá denunciar o ministro, arquivar o caso por entender que não há elementos de envolvimento dele ou ainda pedir novas investigações.

Em nota, o Ministério do Turismo afirmou que Antônio ainda não foi notificado oficialmente da decisão, mas reafirma sua confiança na Justiça e reforça sua convicção de que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada.

“Assim como vem declarando desde o início da investigação, que teve como base uma campanha difamatória e mentirosa, o ministro reitera que não cometeu qualquer irregularidade na campanha eleitoral de 2018”, disse a nota.

Ainda durante a transição, Bolsonaro –que se elegeu ancorado em forte discurso de combate à corrupção– chegou a dizer que afastaria qualquer ministro seu que fosse denunciado, se houvesse qualquer “robustez” na denúncia. No caso de Álvaro Antônio, no entanto, o presidente segue em compasso de espera. Chegou a dizer que tem de ter “acusação grave” para retirá-lo do cargo.

O ministro é presença constante no Planalto –na quinta-feira teve uma reunião com o presidente, segundo a agenda oficial de Bolsonaro– e tem sido elogiado pelo presidente por seu trabalho à frente da pasta.