Política

PF deflagra operação contra bolsonaristas envolvidos em ataque à sede em Brasília

29 dez 2022, 10:06 - atualizado em 29 dez 2022, 10:06
bolsonaristas
PF anuncia deflagração de operação contra bolsonaristas que realizam ataques apos diplomação de Lula (Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters)

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram operação para identificar e prender envolvidos na tentativa de invasão ao edifício-sede da corporação e em atos de vandalismo em Brasília em 12 de dezembro, informou em comunicado a PF nesta quinta-feira.

Até o momento, segundo uma fonte da Polícia Federal, duas pessoas foram presas, uma em Brasília e outra no Rio de Janeiro.

De acordo com a nota da PF, os alvos da operação são investigados sob acusação de terem tentado a “abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, além de dano qualificado, incêndio majorado e associação criminosa.

Ao todo, policiais federais e civis cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Os ataques em 12 de dezembro aconteceram horas depois da diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para seu terceiro mandato à frente do Planalto.

Naquela ocasião, o conflito teve início com a tentativa de invasão do edifício-sede da PF por grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, acusado de envolvimento em protestos antidemocráticos, e se espalhou por outros pontos da região central da capital federal.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que a operação visa “garantir o Estado de Direito”. “Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo”, afirmou no Twitter.

A operação acontece em meio às tensões que permanecem altas após a eleição na qual Luiz Inácio Lula da Silva derrotou por pouco Bolsonaro, que ainda não reconheceu formalmente a derrota.

No sábado, a polícia prendeu um homem que confessou em depoimento ter ajudado a fabricar uma bomba caseira com o objetivo de detoná-la em Brasília e provocar um caos que impedisse a posse de Lula — as autoridades apreenderam um artefato explosivo.

Ele disse ter discutido os planos em um acampamento em frente à sede do Exército em Brasília, onde apoiadores bolsonaristas pedem uma ilegal intervenção dos militares que invalide o resultado das eleições.

O futuro ministro Dino tem endurecido o tom contra esses agrupamentos pró-golpe, e disse que espera uma desmobilização voluntária do grupo de Brasília até esta quinta-feira. No início desta manhã, os bolsonaristas permaneciam diante do Exército na cidade, testemunhou a Reuters.

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