Corrupção

PF cumpre mandados em endereços ligados a governador do MS e no TCE

12 set 2018, 10:51 - atualizado em 12 set 2018, 10:52

Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão no apartamento em que mora o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), no bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande (MS). A sede do governo do estado também foi alvo das buscas determinadas pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e cumpridas no âmbito da Operação Vostok, deflagrada hoje (12).

Ciro pode ser o Lula de 2002?

Paraná Pesquisas/Empiricus: Eleitor vê segundo turno entre Bolsonaro e Ciro

Nos dois endereços, policiais federais recolheram documentos que possam subsidiar as investigações de um suposto esquema fraudulento de concessão de benefícios fiscais a empresas que, em contrapartida, pagavam propina a agentes públicos. As investigações foram iniciadas no início deste ano a partir de colaboração premiada de executivos de uma grande empresa do ramo frigorífico.

Candidato à reeleição, Azambuja estava voltando de compromissos de campanha em Naviraí, a cerca de 350 quilômetros da capital. Consultada pela reportagem, a assessoria do governo confirmou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na governadoria e informou aguardar a chegada de Azambuja à capital para se manifestar sobre a ação policial.

Os policiais federais também estiveram no prédio onde mora Rodrigo Azambuja, filho do governador. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde vasculharam o gabinete do conselheiro Márcio Monteiro. Monteiro já foi duas vezes prefeito de Jardim (1997-2004); deputado estadual (2011-2015) e federal (2015-2017), além de ter sido secretário adjunto de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (2007-2010) e secretário estadual de Fazenda (2015-2017).

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o suposto esquema criminoso funcionava desde 2003. Créditos tributários eram concedidos irregularmente a empresas. Em troca, os beneficiados simulavam doações eleitorais a políticos acusados de envolvimento com o esquema. Ou simplesmente repassavam as quantias combinadas em dinheiro vivo. Contratos de compra e venda também eram simulados com o envolvimento de empresas do setor agropecuário que emitiam notas fiscais falsas para dar aparência de legalidade aos negócios.