PF combate a prática de extorsão contra a Vale
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (7/8) a Operação Extortore voltada à investigação dos responsáveis por diversos atos de sabotagem praticados em Parauapebas/PA, com o propósito de compelir à empresa Vale S.A. ao pagamento de valores pecuniários indevidos. Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão.
Desde maio de 2016, diversas torres de transmissão de energia, voltadas ao atendimento das atividades desenvolvidas pela empresa Vale S.A. na região, foram alvo de ataques de criminosos, que desparafusavam as bases das torres, deixando-as na iminência de cair. Em seguida, os criminosos entravam em contato com um funcionário da área de segurança da empresa Vale S.A., indicavam as torres que foram atacadas e em seguida exigiam quantias que chegavam a R$ 15 milhões para cessarem os ataques.
A investigação, que teve início na Polícia Civil, foi assumida pela Polícia Federal após a constatação de que os mesmos indivíduos foram responsáveis pelo ataque à Estrada de Ferro Carajás, em 19 de outubro de 2016, mediante a detonação de explosivos, que causaram danos à estrutura da estrada de ferro, o que atraiu o interesse da União.
Após este ataque, as ameaças chegaram a cessar por um período, dificultando o aprofundamento das investigações. Todavia, novos atos de sabotagem voltaram a ser praticados nos últimos meses, demandando um acompanhamento intenso da situação e uma ação enérgica da Polícia Federal, dado à gravidade dos atos praticados e ainda em virtude da promessa de uma série de ataques que passariam a ser praticados.
Os crimes investigados são os de extorsão, explosão, perigo de desastre ferroviário, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e fabricação de artefato explosivo, cujas penas somadas ultrapassam a 30 anos de reclusão.
De acordo com o dicionário da língua portuguesa, a palavra extortor, ou seja, aquele que pratica extorsão, tem origem no latim extortore, daí o nome da operação, cujo objetivo foi justamente prender o indivíduo identificado como responsável pelas ligações e ameaças praticadas.