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Petz (PETZ3): Após prejuízo no trimestre e fusão com a Cobasi no radar, o que fazer com as ações?

21 mar 2025, 16:52 - atualizado em 21 mar 2025, 17:44
Petz
Ações da Petz operam em queda após o balanço do quarto trimestre de 2024 (Imagem: Divulgação)

As ações da Petz (PETZ3) reagiram negativamente ao balanço do quarto trimestre de 2024, que mostrou um prejuízo líquido de R$ 43,1 milhões, ante resultado positivo de R$ 5,1 milhões no mesmo período em 2023.

Os papéis recuaram 4,30%, a R$ 4,23. Na mínima do dia, a queda chegou a 5,43%, a R$ 4,18. Em geral, os analistas não falam em recomendação de compra para as ações.



Na avaliação do Santander, o balanço da Petz mostrou tendência de melhora, com avanço no equilíbrio entre os canais de vendas e uma expansão de margem que era muito aguardada.

Apesar de uma ligeira perda de receita, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou 3% acima do estimado pelo banco, devido a uma margem bruta melhor do que o esperado que mais do que compensou as maiores despesas de vendas, na visão do analista Ruben Couto e equipe.

Os analistas do Santander mantém a classificação underperform, equivalente à venda, para PETZ3 após os números do último trimestre de 2024, com preço-alvo de R$ 4,50.

Analistas da Genial Investimentos ponderam que, apesar de um prejuízo contábil de R$ 43 milhões, o trimestre foi positivo.

“À primeira vista, a afirmação pode soar contraditória, mas os números operacionais revelam uma trajetória saudável”, dizem Iago Souza e Nina Mirazon.

Para eles, o principal destaque foi a evolução sequencial e anual dos indicadores operacionais, especialmente com o crescimento do canal físico superando o digital, o que elevou a participação desse segmento no mix de faturamento e impulsionou a margem bruta.

A Petz apresentou dois eventos sem efeito caixa que impactaram no resultado da companhia: impairment e swap cambial. Segundo disse a CFO da empresa, Aline Penna, ao Broadcast, o resultado refletiu o efeito de um swap cambial, com um impacto negativo de R$ 12,8 milhões no lucro líquido.

Somado a isso, houve impacto da atualização das contas a pagar pela aquisição das empresas Cão Cidadão e ZeeDog.

Com isso, a Petz realizou o teste de impairment (deterioração de ativos) das operações adquiridas para que os demonstrativos financeiros refletissem a realidade econômica do negócio. O impacto contábil foi de R$ 36,6 milhões no lucro líquido e de R$ 55,4 milhões no Ebitda.

“Se excluirmos esses dois efeitos sem impacto financeiro, o lucro líquido ajustado seria de R$ 22,4 milhões (+49,7% na base anual), 8,3% acima de nossa projeção”, colocam os analistas.

A Genial tem recomendação de manter para Petz, com preço-alvo de R$ 4,20.

Fusão com a Cobasi

Na visão do BTG Pactual, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado.

O analista Luiz Guanais e equipe acreditam que a combinação dos negócios pode levar a um mercado mais racional e a sinergias, o que poderia ser um gatilho para as ações. “Sinalizamos que o mercado continua altamente fragmentado e competitivo”.

O banco destaca positivamente as melhorias de lucratividade impulsionada pela melhor dinâmica de
preços e pelo mix de produtos mais saudável. A recomendação do BTG para PETZ3 é neutra, com preço-alvo de R$ 5.

Na última semana, o conselho da Petz aprovou, em assembleia, a união das duas empresas.

A Petz será fundida com a divisão Cobasi Investimentos, que então será incorporada pela Cobasi S.A.. No fim, a Petz se tornará uma subsidiária da Cobasi, com uma unificação das bases acionárias das companhias.

Segundo informações do colunista d’O Globo, Lauro Jardim, a fusão deve sair neste primeiro trimestre e sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O 4T24 da Petz

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mensura o potencial de geração de caixa operacional, subiu 24,8% a R$ 83,3 milhões no 4T24.

receita líquida totalizou R$ 878,7 milhões no período entre outubro e dezembro de 2024, um avanço de 7,1% na comparação anual. No acumulado do ano, o indicador somou R$ 3,3 bilhões, alta de 4,7%.

Os investimentos totais da companhia atingiram R$ 44,9 milhões no trimestre, queda de 39,1% ante o 4T23.

A Petz viu seu canal de lojas físicas crescer 11,4% na base anual, com a maior contribuição vinda de lojas maduras, ou seja, com mais de 12 meses. O canal digital desacelerou, passando de um crescimento de quase 20% ao ano para 6,4%.

A administração afirma estar confiante para 2025, tendo iniciado o primeiro trimestre com as mesmas tendências de crescimento apresentadas no segundo semestre de 2024, com um “bom patamar de crescimento aliado à preservação de margem bruta”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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