Pets influencers: como transformar seu pet em celebridade (e lucrar com isso)

Eles são lindos, fofos e divertidos… o que não faltam são adjetivos para os pets. Tão presentes nos lares brasileiros hoje eles também estão nos celulares, ou melhor, nas redes sociais.

O sucesso dos pets na internet não é tão novo, mas hoje eles ocupam o lugar de influenciadores digitais, sendo conhecidos como pet influencers.  

Nesse momento você deve estar se perguntando: como seres que não falam e pensam racionalmente conseguem influenciar pessoas pelas redes sociais?

A resposta é simples: seus tutores.

Eles exercem indiretamente esse papel que para eles se transforma em uma carreira como é o caso dos tutores do Gudan e da Mada e Bica.

Cenário favorável para os pets influencers

Pensar em mundo pet hoje é se deparar com um mercado gigantesco que atraí muitos investimentos, oportunidades de negócios e capital.

Uma prova disso é que, recentemente, a Marisa (AMAR3) lançou um seguro de proteção pessoal com assistência para pets.

A marca é a primeira varejista a oferecer esse tipo de seguro. A proteção oferece cobertura para acidentes pessoais e auxílio dedicado a cães e gatos, com consultas veterinárias, emergenciais, hospedagem e assistência funeral. 

Além disso, segundo dados do estudo com foco nos hábitos do consumidor no 4º trimestre de 2021 e fechamento do ano 2021 realizado pelo Itaú Unibanco (ITUB; ITUB3; ITUB4),o consumo no segmento de pets teve crescimento marcante.

Foi 25% de alta no valor transacionado em 2021 e a geração Z foi a que mais aumentou o consumo nesse segmento.  

O estudo ainda aponta que neste setor, o ambiente online lidera as compras, com crescimento de 143% no total gasto no ano passado.

E o recorte geográfico traz mais um insight: o ticket médio das transações é menor no Nordeste, estado que tem preferência pelos gatos entre os animais de estimação, que, em geral, demandam menos despesas, segundo associações do setor.

Pets influencers: quem são eles?

Os números comprovam a ascensão e presença dos pets, mas a realidade mostra sua influência. A relevância dos bichinhos ganhou tanta força que nos Estados Unidos, por exemplo, um gato laranja dá voz para trabalhadores sindicais.

Aqui no Brasil os pets já garantem, em algumas empresas, a “licença-PETernidade” de 2 dias, para os colaboradores que adotem cães ou gatos.  

Sendo eles assim já tão influentes no mundo do trabalho, os bichanos também são patrões. Na verdade, eles estão mais para estrelas.

Os pets influencers são fenômenos nas redes sociais, principalmente, no TikTok. Gudan, o husky cinzento, reúne cerca de 7,6 milhões de seguidores em seu TikTok, já, Mada e Bica, duas cachorrinhas cheias de personalidade, reúnem 7,8 milhões na mesma rede.

Sim, eles são grandes e seus alcances são animais.

Brincadeiras à parte, seus humanos trabalham muito para manter esse público todo entretido. Segundo Leonardo Bagarolo, tutor da dupla Mada e Bica, são produzidos em média 150 a 200 vídeos por mês para as páginas das cachorrinhas. Virou trabalho de ser humano.

@madaebica Perigosa? #humor #meme #pet ♬ Maldita Perigosa, a Cara de Anjo e a Mente Maldosa – DJ Nandinho Original

Leonardo deixou seu emprego como gerente de e-commerce em uma multinacional em abril do ano passado para se dedicar exclusivamente a gestão dos conteúdos das redes sociais de seus pets. Hoje segue carreira como tutor de pets influencers. 

Já, Zanq, tutor do cachorro Gudan, comenta que “dessa brincadeira e vontade de mostrar o quanto os nossos cãezinhos eram legais e especiais surgiu um CNPJ”. Hoje ele também segue a carreira de tutor de pets influencers.

“Na verdade, eu vivo disso e diretamente mais cinco pessoas da equipe vivem disso. Elas levam alimento para dentro de casa através desse trabalho aqui na nossa equipe. A gente é 100% focado nessa carreira de pet influencer”.

@gudan_ohusky QUAU SE PARECE MAIS CO VOCÊ? @blant_ahusky #gudanzinho #husky #irmaos #cachorro #pet ♬ som original – Kaliana Silva ?

Dicas para quem quer fazer dos seus pets influencers

Tanto Leonardo quanto Zanq criaram para seus animais personalidades.

“Se elas falassem e pensassem com uma pessoa seria exatamente dessa forma que elas fariam. Eu não invento nada aqui é simplesmente aquilo pela ação. A Bica é brava e a Mada é folgada”, afirma Leonardo. Assim, não é tão simples, tem que pensar no roteiro, edição e atividades para gerar entretenimento para os animais e diversão para os humanos.

Para o tutor do Gudan, os pets geram tanto sucesso e carinho nas redes sociais por uma “junção de fatores interessantes tendo como denominador comum o fato de que os pets não tem opiniões adversas nem tem várias facetas como seres humanos”, sintetiza ele.

O cuidador dos pets influencers, Zanq, dá como dica principal para quem quer entrar para a área que “comece antes de se sentir preparado, porque a gente nunca se sente preparado para fazer a coisa”.

Para ele, tudo começou de forma despretensiosa, assim como para Leonardo, mas hoje uma postagem nas redes do Gudan pode ficar entre 8 e 17 mil reais dependendo da oferta e permutas compõem grande parte das parcerias. O pet colabora com marcas como Petlove em seu Instagram que tem 1,4 milhões de seguidores.

Zanq ainda acrescenta como dica que “é essencial você absorver e seguir o mundo pet, conhecer o mundo pet como um todo.

A gente tem que adquirir tanto as culturas externas para ter influências para poder fazer os nossos vídeos, mas principalmente conhecer como funciona o mundo pet e então seguir os influenciadores que são os mais influentes desse meio, seguir influenciadores, inclusive os que são pequenos, ver o que que eles estão fazendo, como é que funciona”, ele ressalta.

O tutor da Mada e Bica sintetiza suas dicas para fazer do seu pet um influencer que “não é tão simples você falar ‘vou ter um pet’ e colocar ele numa rede social, porque isso vai muito além do que o próprio pet”.

Para ele é necessário estudar muito as redes sociais e seu funcionamento, escolhendo um direcionamento. Leo também destaca a importância de ter uma cadência nos conteúdos e que não é necessário um investimento financeiro, mas “o que importa mesmo é a mensagem que você quer passar”, indica ele.