PetroRio sobe 8,3% em meio à greve dos caminhoneiros e “pedido de desculpas” de Bolsonaro
As ações da PetroRio (PRIO3) subiram 8,32% nesta quinta-feira (09), cotadas a R$ 19,78, em meio a greve dos caminhoneiros e um abrandamento do tom do presidente Jair Bolsonaro em relação aos três poderes.
A melhora também foi sentida na Petrobras (PETR4), que reverteu uma queda de 3% para alta de 2,12%.
Depois de reunião com o presidente Jair Bolsonaro, um grupo de caminhoneiros que segue mobilizado na Esplanada dos Ministérios deixou o encontro repetindo o discurso contra o Supremo Tribunal Federal, disse que se mantém mobilizado até ser recebido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e que Bolsonaro não pediu que deixassem a manifestação.
O grupo, que não têm lideranças claras entre a categoria, foi recebido no Palácio do Planalto por Bolsonaro e pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. No grupo estavam também os deputados Major Vitor Hugo (PSL-GO) e Carla Zambelli (PSL-SP).
Depois do encontro, Zambelli afirmou que o presidente manifestou a eles preocupação com o impacto da paralisações entre as pessoas mais pobres, mas os caminhoneiros negaram que Bolsonaro tenha pedido a eles que suspendessem a mobilização e os bloqueios de estradas.
“O presidente não nos pediu nada, estamos em uma visita de cortesia. Presidente foi muito cordial. Estamos avançando para construir uma agenda que seja positiva para o país”, disse a jornalistas, no Palácio do Planalto, Francisco Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro.
Nenhum dos caminhoneiros recebidos por Bolsonaro apresentou uma pauta clara de reivindicações ou falou de temas que importam à categoria, como o aumento dos combustíveis. Ao contrário, negaram que esse fosse o tema das paralisações, apesar de ter aparecido ao longo dos últimos dias nos bloqueios pelo país.
Ainda nesta nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro diminuiu o tom e afirmou nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
Bolsonaro acrescentou que boa parte das divergências que têm causado conflitos decorrem de entendimentos a respeito de decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news.
“Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”, disse Bolsonaro, em Declaração à Nação publicada nesta tarde pelo Palácio do Planalto.
“Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, acrescentou.
Principal alvo das manifestações do 7 de Setembro, convocadas por Bolsonaro, Moraes é o ministro do STF responsável por conduzir investigações sensíveis contra o próprio presidente e aliados, tendo determinado prisões, buscas e apreensões e bloqueios de bens de simpatizantes do governo e entidades que supostamente pretendiam realizar atos antidemocráticos no feriado.
Durante discurso em São Paulo, dia 7, Bolsonaro fez ataques duríssimos contra Moraes e disse que não acataria mais decisões do magistrado.
“Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição… ou esse ministro do Supremo se enquadra ou ele pede para sair””, afirmou o presidente a apoiadores em São Paulo.
(Com Reuters)