PetroRio: Albacora e Albacora do Leste podem acrescentar até R$ 17 no preço da ação
A PetroRio (PRIO3) caminha para fechar a compra de dois poços de petróleo da Petrobras (PETR3;PETR4): a Albacora e a Albacora do Leste.
O consórcio formado pela empresa de private equity EIG Global Energy Partners, junto com as brasileiras Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3), também está na disputa.
Pelos cálculos da Ágora Investimentos, se a PetroRio levar só o poço de Albacora, a ação pode subir R$ 9. E se levar os dois poços, os papéis podem ter uma disparada de R$ 17.
“Isso aumentaria nosso preço-alvo atual de R$ 25/ação para R$ 34/ação com Albacora ou R$ 42/ação com ambos os ativos”, dizem os analistas.
Segundo eles, com o controle acionário de seu consórcio (70% em Albacora e 80% em Albacora Leste), a empresa pode ver uma grande criação de valor depois que o processo for encerrado.
“As chances de sair da mesa de mãos vazias parecem improváveis”, completam.
Quanto vale o campo?
A Ágora avaliou os dados da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) e concluiu o seguinte:
- A produção em ambos os campos tem sido historicamente errática, especialmente em Albacora;
- A produção média Albacora foi de cerca de 30 mil bpd (barris por dia) nos últimos 12 meses, enquanto a produção de Albacora Leste foi em média de 28 mil bpd, com pico de produção atingindo cerca de 45 mil bpd no primeiro e 40 mil bpd no último;
“Com base nos projetos anteriores da PetroRio em Polvo, TBMT e Frade, acreditamos que os esforços da empresa inicialmente devem ser focar na estabilização da produção em torno dos níveis de pico, após investimentos na operação, como na automação, reabertura de poços antigos e perfuração de novos poços de produção e injeção”, apontam.
Por ser campos maduros, ou seja, que produzem petróleo a mais de 25 anos, há risco na execução, especialmente a reversão do esgotamento, dizem os analistas.
Isso é só o começo
A PetroRio está apenas no início da sua onda compradora, avalia o BTG Pactual.
“Como agora atingiu um tamanho considerável, e dado seu perfil de fechar negócios, não ficaríamos surpresos com mais fusões e aquisições no médio prazo, especialmente agora que a empresa pode indiscutivelmente “mais facilmente” explorar os mercados de capitais para apoiar o crescimento”, apontam os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte.
Segundo a dupla, embora a administração tenha optado por ser conservadora, a percepção é que a taxa interna de retorno de Albacora poderia ficar acima de 20% com o alto potencial de crescimento da produção.
“A PetroRio enfatizou que nada está ainda resolvido. Mas a administração reiterou sua visão otimista sobre o projeto, que vemos como uma provável aquisição neste momento, e que há boas oportunidades a serem capturadas devido à grande proximidade com o cluster Frade/ Wahoo e os prospectos do pré-sal na região”, dizem.