PetroReconcavo (RECV3) não é mais ‘compra’, diz BBI; ação volta a cair forte após despencar quase 20%
Um dia após as ações da PetroReconcavo (RECV3) despencarem 19,27%, analistas do Bradesco BBI rebaixaram a recomendação da empresa de “compra” para “neutro”. O preço-alvo também foi cortado, de R$ 37 a R$ 30, mostra um relatório da Ágora Investimentos divulgado nesta quinta-feira (16).
A redução ocorre porque a instituição incorporou os números do último relatório de reservas. Entre os dados reportados pela companhia, o BBI destaca a queda de 6% ao ano, em média, da produção projetada para os próximos três anos e o aumento de investimentos em US$ 500 milhões.
“Como resultado, a duration do fluxo de caixa ao acionista (FCFE) se deteriorou com apenas 34% vindo dos próximos cinco anos, contra 52% anteriormente”, afirmam Vicente Falanga e Ricardo França, que assinam o relatório.
O BBI também elevou a taxa de desconto em 1,50 ponto percentual, visto que a PetroReconcavo passará a incorporar projetos de perfuração mais complexos, exigindo a contratação de mão de obra especializada no exterior.
Na avaliação dos analistas, negociada a 3,4 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) e 5,5 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2023, a PetroReconcavo está com um prêmio de 48% para a PRIO (PRIO3), o que parece injusto.
“A RECV3 não deveria ter um prêmio de avaliação sobre PRIO3, uma vez que esta última tem maior potencial de crescimento e um histórico mais consolidado”, defendem Falanga e França.
Mesmo em um cenário de recuperação dos preços do petróleo (sob pressão no curto prazo), a preferência do BBI recai sobre PRIO e 3R Petroleum (RRRP3).
As ações da PetroReconcavo voltaram a cair forte nesta quinta. O papel recuou 6,66%, fechando na cotação de R$ 20,73.