Petrópolis, dona da Itaipava, patina (e Ambev pode aproveitar)
O mercado de cervejas segue concorrido, e qualquer patinada de uma das marcas é comemorada por rivais. Esse pode ser o caso da Petrópolis, dona da marca Itaipava e terceira maior empresa do segmento de cervejas.
O Credit Suisse calcula que a companhia perdeu de 5% a 6% do mercado no ano. Segundo o banco suíço, falta inovação e adaptação a um ambiente diferente para a empresa.
A analista Marcella Recchia aponta alguns fatores que pesaram para essa queda:
- o aumento geral de preço de 10% em agosto;
- menores investimentos, priorização da produção em Uberaba em função de benefício fiscal;
- redução de produção para balancear melhor a oferta e a demanda;
- a dificuldade na reposição de vidro também impactou a variedade de produtos;
Ambev pode ganhar com isso
Na visão da analista, as dificuldades da concorrente podem ser, tranquilamente, um impulso adicional para a Ambev.
“A temporada de verão tem dado sinais de que será positiva e temos notícias de que a Ambev já começou a terceirizar a produção de Skol e Brahma em função da maior demanda”, comenta.
No terceiro trimestre, o volume de vendas da fabricante subiu 7%. Entre os pontos que ajudaram a impulsionar esse número estão a inovação no portfólio mainstream (principalmente Brahma Duplo Malte), o maior nível de serviço (digital) e a desaceleração da Heineken nos produtos pouco rentáveis.
Petrópolis será vendida?
O quarto trimestre deve ser difícil para a Petrópolis em função de alguma limitação de despesas, prevê Marcella, o que aumenta a especulação sobre a venda da marca. Mas, por enquanto, não há nada que aponte para isso, afirma.
“Nenhuma grande novidade com relação a possível venda de Petrópolis, mas as nossas conversas indicam que a empresa passou por um processo longo de auditoria para ficar mais acessível ao mercado e está discutindo potenciais parcerias de distribuição com players relevantes globais”, completa.