Petróleo tem terceiro dia de quedas com pressão de China e Bancos Centrais
Os mercados de petróleo continuam manifestando preocupações com a desaceleração econômica em escala global.
Dados de produção mais fracos na China e a sustentação de um tom mais agressivo dos Bancos Centrais na Europa e nos EUA levam ao segundo dia consecutivo de quedas nos mercados da commodity.
Por volta das 13h30, os contratos futuros de WTI e o Brent operavam em baixa de, respectivamente, 3,18% e 3,02%. Com a queda do dia, o barril americano vale US$ 73 e o Brent, US$ 78, assinalando o menor preço desde dezembro de 2021.
Petróleo sente Fed e BCE subindo tom contra inflação
As decisões monetárias de dois dos principais Bancos Centrais inquietam os mercados de capitais e de commodities na reta final da semana.
Ainda que tenham entregado magnitudes amplamente aguardadas pelos agentes econômicos, Fed e BCE subiram o tom em seus comunicados no combate à inflação, de maneira a ajustar as expectativas para uma duração mais prolongada do aperto.
Nos EUA, a projeção média dos dirigentes do Fed coloca a taxa terminal de juros acima de 5% ao fim de 2023. Na zona do euro, a autoridade monetária avisa que há espaço para um aumento significativo e constante das taxas de juros, visando a convergência da inflação, avaliada em 10%, para a meta oficial estipulada em 2%.
A mensagem ‘hawkish’ dos BCs das principais economias ocidentais assusta as perspectivas de recuperação da demanda por petróleo e combustíveis fósseis nos mercados globais.
Dados de novembro na China mostram efeito de lockdowns
Notícias vindas da segunda economia do mundo também não foram animadoras para a commodity.
Dados do varejo e da atividade fabril em novembro sinalizaram o impacto das severas medidas de restrição sanitária promulgadas no curso do mês passado.
No primeiro caso, o aumento de 2,2% da produção industrial na comparação anual representou a pior desaceleração em seis meses, período que tinha marcado o último surto de covid-19.
Já em relação às vendas no varejo, houve uma queda de 5,9%, embasada na piora do setor de serviços e d do apetite por consumo da população. Trata-se da maior queda desde maio de 2022.