Petróleo tem dia de ressaca, após rebaixamento da dívida dos EUA
Os mercados de petróleo vivem uma quarta-feira (2) de ressaca, após o rebaixamento da dívida soberana dos Estados Unidos pela agência de crédito Fitch.
Por volta das 16h15, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) futuros operavam com quedas de 1,80% e 1,48%, respectivamente. Com o desempenho do dia, o Brent, que é a referência para a política de preços da Petrobras, fica cotado em US$ 82 por barril.
Com a principal economia do mundo patinando, o petróleo interrompe uma sequência de ganhos de desde o início de julho. No último mês, a commodity energética teve uma valorização média de 13%, diante de condições de oferta mais apertadas.
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Como decisão da Fitch afeta o petróleo
A perda do status “triplo A” dos EUA desencadeia uma onda de aversão ao risco nesta quarta-feira (2).
A Fitch embasa a decisão na expectativa de uma piora do cenário fiscal americano, com avanço da dívida pública e erosão da governança.
A dívida dos Estados Unidos supera os US$ 31 trilhões, o que responde cerca de 121% do PIB americano anualizado.
Diante do comunicado da Fitch, a pasta controlada por Janet Yellen anunciou o maior aumento da emissão trimestral de Treasuries (os títulos da dívida) em quase três anos, um montante de US$ 103 bilhões. A medida visa elevar a cobertura da dívida americana com investidores privados.
Investidores tem trocado as Treasuries pelo dólar, elevando o preço da divisa norte-americana diante de seus principais concorrentes desenvolvidos e emergentes.
Em última instância, a elevação do dólar torna os contratos do petróleo mais caros para compradores que detém outras moedas.
Apesar do susto, economistas não veem efeitos duradouros à dinâmica do mercado de petróleo, que ainda permanece mais propenso a forças de restrição de oferta. No início da semana, o Goldman Sachs revisou sua projeção para o preço do Brent ao final de 2023, determinada na faixa dos US$ 93 por barril.