Petróleo queima, mas colapso do WTI foi ajudado pelo modelo de contrato e só vale nos EUA
O feito histórico do petróleo WTI, negociado em Nova York, em US$ 37,63 negativos ontem, precisa ser compreendido no seu modelo de negócio.
Naturalmente mostra a gravidade do cenário global contagiado pela queda de 30 milhões de barris consumidos a menos por dia, mas o tipo de contrato futuro é diferente do petróleo Brent. Referenciado em Londres (ICE Europe) este sim que precifica as compras globais.
O vencimento maio causador do pânico mundial expira nesta terça (21) na Nymex, portanto é normal a liquidação de posições. O ativo tem entrega física e é normal também que muitas corretoras se defendam impedindo os investidores de movimentações nos dias precedentes ao vencimento.
Sendo ativo para entrega física, e com a esgotada capacidade de armazenagem no mundo e em especial nos Estados Unidos, a arbitragem entre os contratos mais curtos e mais longos se evaporou. Vender um futuro a vencer e comprar o que está vencendo, arcando com carrego da armazenagem, não teve suporte para uma diferença que passou dos US$ 50.
Nesta terça
Neste feriado brasileiro, o WTI sobe mais de 60%, mas continua no negativo em em torno dos 23 a 25, girando em US$ 15, por volta das 9h50 (Brasília). O mercado ainda tenta absorver o anúncio de Donald Trump de que vai comprar 75 milhões de barris para as reservas estratégicas dos Estados Unidos e ajudar a enxugar um pouco o mercado.
A situação não deve ser alterar nesta terça, mas não deve se repetir pois o contrato junho acaba de entrar em cena.
Os mercados também devem esperar vendidos até que as notícias sobre a abertura controlada de algumas economias fiquem mais evidentes, entre as quais a da Alemanha recém executada.
E, naturalmente, a dos Estados Unidos, onde Washington trava dura batalha a favor da liberação contra alguns governadores. Igual Jair Bolsonaro no Brasil.
O petróleo do Mar do Norte, Brent, cai forte também, mais de 21%/US$ 20,17.