Petróleo mantém disparada, futuros recuam nos EUA, com altas de ouro e prata
A cotação do petróleo mantém a trajetória ascendente da sessão asiática e opera com altas de 9,18% e 8,68% para os contratos do Brent e do WTI, respectivamente, diante de temores em relação a capacidade de suprimento da oferta da commodity após os ataques nas instalações da Saudi Aramco.
Na sessão, a cotação do petróleo Brent chegou a disparar nada menos que 19,5% para US$ 71,95 por barril, maior alta desde a Guerra do Golfo em 1991. Já o preço do WTI subiu 15%, para US$ 63,34 por barril, marcando a variação positiva mais elevada desde junho de 1998.
Como contraparte à volatilidade nos mercados, a cotação do ouro avança 0,79% – para US$ 1.511,30 a onça. Em linha, a prata sobe 2%, para US$ 17,92 a onça.
Os mercados futuros de Wall Street apontam para abertura no vermelho, diante da junção do ritmo mais lento de avanço na produção industrial da China desde 2002 e preocupações em torno de maiores custos de matéria-prima pela disparada do petróleo. Tais eventos contribuem para aumento dos temores em relação à desaceleração global.
O contrato futuro do Dow Jones recua 103,00 pontos, para 27.111,00 – equivalente a baixa de 0,38%. Já os índices futuros do Nasdaq Composite e do S&P 500 apresentam desvalorizações de 0,60% e 0,37% – respectivamente, para 2.997,50 e 7.860,75, na mesma ordem.
Escalada nas tensões
Jeff Currie, head de commodities do Goldman Sachs, avalia que o ataque na Arábia Saudita “representa uma escalada nas ameaças à oferta global com riscos de novos ataques”, em meio à “maior paralisação da história na infraestrutura do petróleo”.
Diante da ausência de pronunciamentos oficiais pelos sauditas em relação a como ocorrerá a retomada da produção de petróleo, Currie acredita ser “difícil” prever a magnitude do rali da commodity nas próximas semanas.
Por outro lado, o analista – de acordo com a reportagem da CNBC – projeta que a paralisação deverá adicionar de US$ 3,00 a US$ 5,00 na cotação do óleo bruto.
Complacência
Já Harry Tchilinguirian, head de commodity do BNP Paribas, acredita que o mercado foi de certa forma “complacente diante dos eventos recentes no Oriente Médio, no estreito de Hormuz, por exemplo”.
“O mercado agora reavalia esses riscos, porque os ataques ocorrem no coração da indústria de petróleo na Arábia Saudita”, afirmou ao WSJ.
Já Rob Thummel, gestor da Tortoise Capital Advisors, pondera que o ponto-chave é avaliar como ocorrerá a resposta dos outros países produtores de petróleo e quanto demorará para isso acontecer.