Petróleo: Queda de quase 3% nos preços tem por trás decisão dos EUA sobre política monetária (mas Brasil tem notícia boa)
Na tarde desta sexta-feira (23), os preços do petróleo recuavam quase 3%, impulsionados pela política de cortes de juros americanos do Federal Reserve (Fed), tensões geopolíticas e diferenças entre a oferta e demanda da commodity.
O petróleo Brent subiu 2,30%, alcançando o preço de US$ 80,80 pelo barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) chegou a US$ 76,49, em uma alta de 2,70%.
O Federal Reserve mantém as taxas de juros entre 5,25% e 5,50% e, na ata divulgada na quarta-feira (21), alguns participantes do Comitê manifestaram o temor de que a política econômica restritiva do país seja mantida por muito tempo.
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À Reuters, Tim Snyder, economista, afirmou que “todo o complexo energético está reagindo, porque se a inflação começar a voltar, ela irá diminuir a demanda por produtos relacionados à energia”.
Francisco Blanch, estrategista de commodities e derivados do Bank of America (BofA), explica que, “se a política monetária for mais flexível, acreditamos que a pressão sobre os preços da energia observada nos últimos dois anos provavelmente se reverterá, caso os cortes de produção do petróleo pela Opep+ continuem”.
As tensões no Mar Vermelho também preocupam, após os ataques do grupo Houthi continuar fazendo com que navios que transportam petróleo tenham que ser desviados da região. Combinado com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o temor é que a oferta de petróleo seja negativamente afetada.
Para Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, outros fatores são o aperto na oferta do mercado físico de petróleo, com um aumento menor do que o esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos na última semana e a demanda global pelo óleo atingindo recordes contínuos.
“Embora exista a preocupação de que uma potencial recessão possa limitar a capacidade do petróleo de se manter em níveis altos, certos fatores de suporte atuam para evitar uma queda mais pronunciada nos preços. Isso é uma notícia positiva para o Brasil, que espera se beneficiar das exportações de petróleo nos próximos anos”, afirmou.