Petróleo fecha trimestre perdendo 20% do preço; entenda o cenário
O petróleo prolongou as perdas da véspera no último pregão de setembro, encerrando um trimestre com mais de 20% de perdas para os mercados da commodity.
Por volta das 16h30, o WTI (referência americana) e Brent (referência internacional) futuros perdiam, respectivamente, 1,86%, a US$ 79/barril, e 2,86%, a US$ 88/barril. É o quarto mês consecutivo de quedas para a referência Brent, utilizada pela Petrobras para estimar preços das refinaria.
O que está por trás da queda do petróleo?
O grande vilão para os mercados da commodity no terceiro trimestre tem nome: recessão. Há um temor amplo entre investidores de que os ciclos monetários contracionistas impactem decisivamente as principais economias mundiais, suprimindo a demanda global por combustível.
Notícias vindas da China, dos EUA e da Europa não ajudam a dissuadir os investidores da postura defensiva. Do lado da China, a pressão de baixa sobre a segunda economia do mundo continua, à medida que se tenta mensurar os impactos dos intermitentes lockdowns no consumo doméstico e uma crise imobiliária ainda não solucionada.
O aperto monetário executado pelo Federal Reserve é o problema do momento para os mercados nos EUA. Neste ponto, diversos dirigentes da instituição já sinalizaram que os aumentos de juros continuarão até que a inflação de 9,1% volte a cair. E ninguém espera que isso aconteça antes de 2023.
O freio de mão do Fed na economia dos EUA está por trás, inclusive, da espiral do dólar, considerado um ativo seguro para tempos de aversão ao risco. Com a divisa norte-americana ganhando em cima de pares importantes como o euro, a libra, o yuan e o iene, a compra de petróleo nos circuitos internacionais tem se tornado mais cara e, portanto, restrita.
Já na Europa, são múltiplas e simultâneas as crises. Os vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 alimentam a perspectiva de um inverno duro para os europeus no que tange à questão energética, uma vez que a falta de suprimento de gás natural — o principal componente da matriz energética dos países europeus — pode catalisar um desligamento das economias mais desenvolvidas nos meses mais frios do ano.
O encarecimento da energia em decorrência da retaliação russa às sanções do Ocidente tem sido a base da crescente inflação nas principais economias da região.
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