Petróleo cai mais de 1% com decisão da Opep+ no radar e fecha semana em tom negativo
Nesta sexta-feira (6), o petróleo engatou a terceira queda consecutiva com os investidores reagindo à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) e escalada das tensões geopolíticas.
Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para fevereiro de 2025, terminaram a sessão com queda de 1,34%, a US$ 71,12 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Na semana, o Brent caiu 1%.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para janeiro caíram 1,61%, a US$ 67,20 o barril, no New York Mercantile Exchange (Nymex), nos Estados Unidos. A referência do óleo norte-americano acumulou baixa de 1,17% na semana.
O que mexeu com o petróleo hoje?
O petróleo estendeu as perdas da véspera ainda reagindo à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), realizada na última quinta-feira (5).
A desaceleração da demanda global e o aumento da produção fora do grupo forçaram o grupo a adiar os planos de redução nos cortes da produção mais uma vez.
Agora, a redução gradual dos cortes de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) começará em abril do ano que vem, com aumentos mensais de 138 mil bpd, segundo cálculos da Reuters, e durará 18 meses até setembro de 2026. A Opep+ produz cerca de metade do petróleo do mundo.
As escaladas das tensões geopolíticas também repercutiram sobre o petróleo.
O presidente Vladimir Putin disse que a Rússia poderia colocar seu novo míssil hipersônico de alcance intermediário Oreshnik no território de Belarus no segundo semestre do próximo ano.
A Rússia disparou o Oreshnik pela primeira vez contra a cidade ucraniana de Dnipro em 21 de novembro, no que Putin considerou uma resposta à Ucrânia, que usou mísseis balísticos ATACMs, dos EUA, e Storm Shadows, britânicos, para atacar o território russo com a permissão do Ocidente.
Putin disse que o país pode usar o Oreshnik novamente, inclusive para atingir “centros de tomada de decisão” em Kiev, caso a Ucrânia continue atacando a Rússia com armas ocidentais de longo alcance.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, em uma entrevista divulgada na última quinta-feira (5), que o disparo do Oreshnik por Moscou foi um sinal de que o Ocidente deve levar a Rússia a sério.
*Com informações de Reuters