Petróleo fecha março com maior queda mensal e trimestral da história
Um trimestre volátil chegou ao fim nesta terça-feira com os valores de referência do petróleo acumulando as maiores perdas da história, uma vez que tanto WTI quanto Brent foram nocauteados em março pela paralisação econômica global em face da pandemia de coronavírus e pelo início de uma guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita.
Ambos os contratos de referência perderam praticamente um terço de seu valor no trimestre, com os declínios de cerca de 55% em março sendo responsáveis pela maior parte das retrações.
No último dia do mês, o petróleo dos Estados Unidos ainda registrou uma modesta alta de 2% nesta terça-feira, enquanto o Brent terminou a sessão em leve queda.
A demanda global por combustíveis foi destruída pelas restrições a viagens motivadas pela pandemia de coronavírus.
Previsões de grandes comercializadoras e bancos veem a demanda recuando entre 20% e 30% em abril, com o consumo fraco permanecendo pelos próximos meses diante da atividade econômica severamente reduzida.
O petróleo dos EUA fechou o dia em alta de 0,39 dólar, cotado a 20,48 dólares por barril. O valor de referência norte-americano despencou 54% em março e 66% no primeiro trimestre, as maiores quedas desde o estabelecimento do contrato em 1983.
Já os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 0,02 dólar, a 22,74 dólares o barril. O “benchmark” internacional também recuou 66% no trimestre, além de 55% em março, maiores baixas percentuais da história tanto para um trimestre quanto para um mês.
“O Covid-19 tomou o mercado do petróleo como refém”, disse Michael Tran, diretor-gerente de Estratégias em Energia da RBC Capital Markets em Nova York.
“O ritmo sem precedentes de destruição de demanda forçou uma série de refinarias, em um nível global, a iniciar cortes de operação”.