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Petróleo fecha em queda de 25% em seu pior dia em quase 30 anos; Petrobras derrete

09 mar 2020, 18:00 - atualizado em 09 mar 2020, 18:10
Petróleo
WTI, índice de referência para os preços do petróleo nos EUA, fechou em queda de US$ 10,15 (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)

O petróleo sofreu sua maior queda em um dia em quase 30 anos. Os futuros do petróleo dos EUA fecharam a segunda-feira (9) em queda de 25% devido ao soco duplo de uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia, além de vendas nos mercados causadas pelo pânico com o coronavírus.

A forte queda do preço da commodity derreteu a cotação das ações da Petrobras na B3, levando ao maior tombo histórico dos papéis da petrolífera brasileira.

WTI, índice de referência para os preços do petróleo nos EUA, fechou em queda de US$ 10,15, ou 24,6%, a US$ 31,13 por barril, eu seu maior declínio em um dia desde 1991.

Mais cedo, o WTI caiu para US$ 27,34, valor mais baixo desde fevereiro de 2016. Somando isso com a queda de 10% da semana passada, o petróleo caiu 42% em apenas seis dias de pregão. o ano, o WTI está em queda de quase 50%, pouca diferença em relação aos 53% que perdeu durante todo o ano de 2008, auge da crise financeira.

Brent, índice de referência global para o petróleo negociado em Londres, perdeu US$ 10,91, ou 24%, para fechar em US$ 34,36. O Brent escorregou para US$ 31,02 anteriormente, mínima desde fevereiro de 2016. Na semana passada, a queda foi de 10%.

“É a tempestade perfeita para o petróleo que ninguém poderia ter imaginado – um rompimento da Opep, seguido de uma briga entre os sauditas e os russos por participação no mercado e quarentenas em cidades italianas e de outros países por causa do coronavírus”, disse John Kilduff, sócio fundador do fundo hedge de energia de Nova York Again Capital. “O que mais um bear do petróleo poderia querer?”

A pior liquidação no petróleo em três décadas veio após a Arábia Saudita se recusar a se unir à Opep, liderada pela Arábia Saudita, em cortes de produção de cerca de 1,5 milhão de barris por dia que estenderiam seu acordo da Opep+ pela quarta vez seguida para mitigar a perda na demanda causada pelo novo coronavírus.

Em forte queda nos mercados de Commodities, Petrobras também fecha o dia com grande desvalorização (Imagem: Agência Petrobras/Geraldo Falcão/direitos reservados)

O Kremlin indicou, após as negociações fracassadas de sexta-feira (6), que irá maximizar a produção a partir de 1 de abril, e a Arábia Saudita anunciou imediatamente cerca aumento de cerca de 1 milhão de barris por dia na produção e uma redução nos preços de venda.

O Goldman Sachs intensificou a liquidação na segunda-feira ao dizer que o petróleo poderia cair para até US$ 20 por barril, nível que não é visto há 18 anos.

A Agência Internacional de Energia disse que, se o coronavírus continuar a se espalhar globalmente e a demanda da China por petróleo permanecer reduzida, a demanda global poderia cair em até 730 mil barris por dia em 2020 – primeiro declínio em um ano em mais de uma década.

Na B3, os papéis da Petrobras registraram a maior queda histórica da companhia, perdendo mais de R$ 90 bilhões em valor de mercado. As ações preferenciais (PETR4) despencaram 29,70% a R$ 16,05, enquanto as ordinárias (PETR3) tiveram um tombo de 29,68% a R$ 17,14. Havia papéis em leilão no momento da escrita, podendo alterar o valor final de fechamento.