Petrobras

Petróleo fecha com perdas de 1,2% após sugestão da Rússia de aumento de oferta

19 jun 2018, 17:13 - atualizado em 19 jun 2018, 17:13

Por Investing.com – Os preços do barril de petróleo caíram nesta terça-feira devido aos temores de uma alta mais agressiva na produção, depois que o ministro da Energia da Rússia sugeriu que o mercado era capaz de absorver uma oferta maior.

Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato futuro do WTI para entrega em julho caiu 1,2%, para US$ 65,07 por barril, enquanto na Bolsa Intercontinental de Londres, o Brent cedeu 1,4% e encerrou a sessão vendido a US$ 74,95 por barril.

O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, sugeriu que grandes produtores de petróleo podem passar por uma crise de oferta se decidirem manter as atuais restrições de produção, já que o pico da demanda no verão poderá ser capaz de reduzir os estoques globais.

“O terceiro trimestre … apresenta a maior demanda por petróleo. Assim, a escassez de petróleo não está descartada, se as medidas não forem tomadas”, disse Novak, segundo a agência de notícias Prime.

Novak disse a jornalistas que planeja propor um aumento de produção da casa de 1,5 milhão de barris/dia aos membros. A fala vem dias antes de reunião da Opep, Rússia e grandes produtores em Viena, na Áustria, e a expectativa é que revisem seu atual acordo de produção que cortou em 1,8 milhão de barris/dia desde janeiro de 2017.

Os dias que antecedem o encontro são marcados por falas divergentes dos representantes dos países, que provocam volatilidade no mercado. O sinal é que não há uma unanimidade na direção do acordo deverá tomar.

Os relatos na imprensa mostram que a Rússia e a Arábia Saudita planejam um aumento mais forte, enquanto outros produtores como Irã, Iraque, Venezuela e Argélia gostariam de manter o acordo atual ou elevar em um patamar bem menor.

Nesta semana, fontes da Opep informaram que o cartel deveria discutir uma na produção de petróleo de 300 mil a 600 mil barris/dia para achar um meio termo entre as propostas dos líderes Rússia e Arábia Saudita e os defensores da manutenção do corte.

Na segunda-feira, o ministro do Petróleo do Equador, Carlos Perez, previu uma difícil reunião da Opep. “Há outros países que não querem reduzir os cortes. Vai ser difícil … uma reunião difícil “, disse Perez.

Além da reunião dessa semana, o grupo poderá voltar a avaliar o mercado em setembro, segundo Novak. Analistas do mercado veem na proposta de aumento de 1,5 milhão apenas uma tática para pressionar os demais membros do acordo a elevar a produção.

O mercado de petróleo deverá ver nos próximos meses uma pressão crescente sobre a produção do Irã com a reintrodução das sanções norte-americanas ao país, após Trump ter decidido unilateralmente abandonar o acordo nuclear.

Os EUA também têm ampliado as sanções à Venezuela, que enfrenta o sucateamento da sua estatal PDVSA e a expectativa é que a produção do país siga em declínio.

A redução nos dois grandes exportadores abriria espaço em um mercado com demanda crescente para revisão no acordo de corte de produção.

Com o limite na produção, os países têm visto sua participação no mercado encolher, especialmente com o boom de crescimento na extração dos EUA, que tem batido recordes todos os meses. Segundo dados oficiais, a produção no país subiu para 10,5 milhões de barris/dia de 8,828 milhões de barris/dia em janeiro de 2017, primeiro mês do acordo de produção da Opep. O salto é de 1,67 milhão de barris/dia, quase do mesmo tamanho do corte de 1,8 milhão de barris/dia dos exportadores.

Dados de estoque no radar

Amanhã, a agência de energia dos EUA publica os números oficiais de estoques do país e a expectativa do mercado é de nova redução, na casa dos 2,7 milhões de barris na semana passada. Para os estoques de gasolina, a previsão é de queda de 0,5 milhão de barris e para os demais óleos combustíveis é de queda de 0,367 milhãode barris.

Leia mais sobre:
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.