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Petróleo avança 3% e supera US$ 80 por barril com escalada das tensões no Oriente Médio

12 ago 2024, 16:21 - atualizado em 12 ago 2024, 16:29
petróleo
(Imagem: REUTERS/Regis Duvignau)

Nesta segunda-feira (12), os contratos futuros de petróleo tiveram mais um dia de fortes ganhos com a escalada de tensão no Oriente Médio. A commodity avançou pelo quinto dia consecutivo e encerrou as negociações com o preço do barril acima de US$ 80. O relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ficou em segundo plano.

Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, com vencimento para outubro, terminaram o dia em alta de 3,31%, a US$ 82,30 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Esse foi o maior nível desde 19 de julho.



Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para setembro subiram 4,19%, a US$ 80,06 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos Estados Unidos (EUA) — no maior patamar desde 23 de julho. 

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O que mexeu com petróleo hoje?

A escalada dos conflitos no Oriente Médio ganhou os holofotes do mercado internacional, com rumores de que o Irã deve atacar Israel em breve, em retaliação ao assassinato de uma liderança do Hamas.

No final de julho, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto no Irã. Na ocasião, o grupo extremista atribuiu o assassinato a um ataque aéreo orquestrado por Israel — embora o exército israelense ainda não tenha se pronunciado sobre o caso.

Tanto o braço armado do Hamas quanto líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmaram que haveria retaliação. O Hamas afirmou em comunicado que este evento “levaria a batalha a novas dimensões e teria grandes repercussões”.

Hoje, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos estão preparados para possíveis ataques do Irã. Ele disse que o país norte-americano aumentou sua posição de força regional e compartilha as preocupações de Israel sobre um possível ataque apoiado pelos iranianos.

Israel tem se preparado para um grande ataque desde o mês passado, quando um míssil matou 12 jovens nas Colunas de Golan, ocupadas pelos israelenses, e Israel respondeu matando um comandante sênior do Hezbollah em Beirute.

Em segundo plano, os investidores repercutiram o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O cartel cortou a previsão de crescimento da demanda global de petróleo em 2024, citando dados mais fracos do que o esperado para o primeiro semestre do ano e expectativas mais brandas para a China, e também reduziu sua expectativa para o próximo ano.

No relatório mensal, a Opep afirmou que  a demanda mundial de petróleo aumentará em 2,11 milhões de barris por dia (bpd) em 2024, abaixo do crescimento de 2,25 milhões de bpd esperado no mês passado.

*Com informações de CNBC e Reuters 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.