Petróleo em queda traz possível trégua a CEO da Petrobras (PETR4)
A queda nos preços do petróleo pode ter chegado em um momento certo para o presidente da estatal brasileira, que está sob intensa pressão política.
O presidente Jair Bolsonaro culpou o CEO da Petrobras (PETR3; PETR4), Joaquim Silva e Luna, pelo baque nas bombas dos postos, alimentando especulações de que ele poderia perder o emprego após um aumento de 25% nos preços do diesel na semana passada.
Bolsonaro criticou a medida, dizendo publicamente que todo mundo tem possibilidade de ser trocado dentro do governo.
O petróleo afundou abaixo de US$ 100 o barril esta semana e praticamente removeu a defasagem entre o que a Petrobras cobra pelos produtos nas saídas da refinaria e os níveis de preços no exterior, possivelmente poupando Luna de qualquer pressão imediata para subir novamente os valores.
Os mercados, entretanto, permanecem extremamente voláteis e qualquer alívio pode ser de curta duração.
Como uma empresa estatal em um país onde eleitores e políticos dizem que a indústria nacional de petróleo deve protegê-los das oscilações de preços internacionais, a administração da Petrobras muitas vezes é atacada quando os preços aumentam.
Dois de seus três últimos presidentes foram embora ou foram demitidos em meio a disputas após reajustes de preço de combustível.
Na semana passada, a Petrobras e governo discutiram subsídios aos combustíveis, sem chegar a um acordo.
A diferença entre os valores do diesel no mercado doméstico e os preços internacionais caiu para 2%, ante 40% em 9 de março — um dia antes do reajuste doméstico ser anunciado — e 9% em 11 de março, após a entrada dos novos valores vigentes, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).
A entidade criticou a Petrobras por vender com desconto e prejudicar outros importadores. A diferença para a gasolina caiu para 6%, disse.