Petróleo em praias do Nordeste “muito provavelmente” é da Venezuela, diz Salles
O petróleo que tem atingido dezenas de praias no Nordeste muito provavelmente é de origem venezuelana e deve ter vindo do derramamento “acidental ou não” de um navio perto da costa brasileira, disse nesta quarta-feira o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Esse petróleo que está vindo muito provavelmente é da Venezuela, como disse o estudo do Petrobras (PETR4). É um petróleo que vem de um navio estrangeiro, ao que tudo indica, navegando perto da costa brasileira, com derramamento acidental ou não”, disse Salles em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
O ministro admitiu que há “enorme dificuldade de conter” as manchas de óleo, mas ressaltou que não se trata de uma “inação dos órgãos públicos”.
O Ministério da Informação da Venezuela e a petroleira estatal PDVSA não responderam de imediato a um pedido por comentários.
Autoridades brasileiras investigam há mais de um mês a misteriosa origem do petróleo que se espalhou por centenas de quilômetros de praias em nove Estados do Nordeste.
A Petrobras, que participa dos trabalhos de limpeza das praias, informou na véspera que já recolheu 133 toneladas de resíduo oleoso.
Também na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu possíveis fontes do derramamento.
“Pode ser algo criminoso, pode ser um vazamento acidental, pode ser um navio que naufragou também. É complexo, existe a possibilidade, temos no radar um país que pode ser da origem do petróleo…”, disse Bolsonaro.
Pelo fato de a investigação ainda estar em andamento, o presidente se recusou a citar o nome do país.
As declarações de Salles nesta quarta-feira vieram em meio a argumentos do ministro para que o Brasil institua melhores mecanismos de controle de derramamentos de petróleo.
O ministro também defendeu os esforços realizados por autoridades ambientais, militares e outros órgãos para limpeza e investigação do caso.
“Esse incidente do litoral demonstra a importância justamente de um licenciamento, de um modelo e de um sistema que seja de contenção de danos bastante eficiente”, disse Salles.
“Quando (o derramamento) é de uma origem indeterminada, desconhecida, como o caso presente, a sistemática precisa ser claramente aprimorada nesse sentido”, acrescentou o ministro.