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Petróleo dispara 3% para máxima de dois anos com instabilidade na Arábia Saudita

06 nov 2017, 19:39 - atualizado em 06 nov 2017, 19:39

O petróleo avançou novamente nesta segunda-feira em meio a repressão interna e aparente consolidação do poder do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, favorável a sequência dos cortes de oferta.

Em Nova York, o contrato futuro para entrega em dezembro avançou 3,1% para fechar a sessão a US$ 57,35 o barril, enquanto o Brent, em Londres, ganhou 3,3% e encerrou o dia negociado a US$ 61,11 o barril.

Uma operação coordenada por Mohammed bin Salman levou a uma onda de prisões de importantes figuras da Arábia Saudita, incluindo membros da família real, ministros e investidores, o que trouxe incertezas à região.

Membros do reino afirmaram que a operação era de combate à corrupção, mas ações do tipo no passado indicam que esse pode ser um movimento de silenciar divergências internas e consolidar o poder em torno de um grupo.

“Nós temos uma incerteza política, riscos de instabilidade neste principal produtor e com implicações imprevisíveis para a região”, disse o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch. “Isso justificaria um certo prêmio no preço do petróleo”, completou.

Salman declarou em outubro que os sauditas apoiariam uma renovação do acordo de corte de oferta em vigor para além de março de 2018 e que o reino faria o que fosse possível para estabilizar o mercado.

O comentário do príncipe saudita dias depois de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dar uma declaração no mesmo sentido fez com que os investidores passassem a precificar a quase certeza da extensão do acordo de março a dezembro de 2018.

“Todos reconhecem que o trabalho ainda não está concluído e que ainda temos muito trabalho à frente para reduzir os estoques” disse na sexta-feira o secretário-geral da Opep, Khalid al-Falih.

Em maio, os membros do cartel e grandes exportadores globais fecharam acordo para estender até março de 2018 o acordo de retirar do mercado 1,8 milhão de barris/dia de oferta, em vigor desde janeiro. No final do mês, a Opep deverá se reunir em Viena, na Áustria, e a expectativa é que anunciem a prorrogação do pacto.

Ainda no Oriente Médio, a Arábia Saudita fez uma ameaça ao Irã ao dizer que poderia retaliar o país persa caso seja provocada.

No final de semana, o país interceptou um míssil sobre a capital Riad com a acusação de ter sido disparado do Iêmen. Os sauditas travam uma guerra no país contra os Houthis, apoiados pelo Irã.