Petróleo despenca 11% desde colapso do SVB; crise do Credit Suisse aumenta temor
O petróleo entra para o quarto dia consecutivo de queda, em meio à crise de confiança sobre o setor financeiro global, desencadeada após a falência dos bancos regionais Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank.
Nesta quarta-feira (15), novos sinais de estresse veem do Credit Suisse, após reportar em seu relatório anual a presença de “inconsistências materiais” no balanço financeiro. O alerta levanta questões sérias sobre o risco da operação financeira do banco.
Apesar da situação delicada, o Saudi National Bank (SNB), principal acionista do CS, negou oferecer mais assistência financeira ao banco suíço.
Por volta das 13h, o Brent (referência internacional) e o WTI (referência americana) perdem mais de 6%. Desde sexta-feira (10), data do colapso do SVB, o tombo do barril supera os 11% e leva as cotações da commodity ao menor patamar desde o fim de 2021.
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Com o desempenho do dia, o Brent com entrega para maio vale US$ 72,50 por barril. Já o WTI é negociado abaixo dos US$ 70 por barril, na faixa de US$ 66, em queda de 6,6%.
De acordo com a análise do Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia (CBIE), o temor dos mercados é de que os últimos eventos ocorridos no sistema bancário internacional catalisem a desaceleração econômica já iniciada com o aumento de juros nas principais economias desenvolvidas.
Um contexto agravado de crise de credores pode impactar drasticamente a demanda por petróleo, já pressionada pela falta de sinais mais contundentes sobre a reabertura da economia chinesa.
Com queda de petróleo, defasagem da gasolina cresce
Face a queda de preços das commodities industriais, o preço da gasolina na refinaria nacional apresentou defasagem negativa, de quase 7,5%, em relação à referência internacional. Os dados são parte do levantamento conjunto do CBIE com o Broadcast.
Já os preços do diesel e do GLP na refinaria nacional apresentaram prêmio em relação à cotação internacional.
Além disso, o tombo do petróleo afeta a cotação das ações de petroleiras no Brasil e no mundo. No Ibovespa, Petrobras (PETR4), PRIO, (PRIO3), e 3R Petroleum (RRRP3) caem entre 2,5% e 5%. Confira: