Petróleo descarrilha e vai para terceira semana seguida de queda; veja cotação
A alta desta sexta-feira (10) não será suficiente para salvar os contratos futuros de petróleo de mais uma semana negativa.
O Brent encerrou a sessão com salto de 1.89%, aos US$ 81 por barril. Na semana, porém, o benchmark caiu 4.7%, sacramentando a terceira semana consecutiva de queda; no acumulado do ano, o Brent acumula perda de 13%.
Incertezas do lado da demanda nos Estados Unidos e na China tomaram o controle dos mercados, que se afastam de temores de restrição de oferta relacionados ao conflito no Oriente Médio.
Corrobora essa visão o diagnóstico do Departamento de Energia dos Estados Unidos, divulgado nesta semana. Segundo a entidade, é esperado que o país consuma menos 300 mil barris por dia no consolidado de 2023, uma revisão drástica diante da previsão prévia de aumento de 100 mil barris por dia.
Os dados mais recentes também mostraram um aumento nos estoques de petróleo, sinalizando fraqueza no consumo de energia.
Após um terceiro trimestre de forte crescimento, economistas e o próprio BC norte-americano veem um movimento de desaceleração forte dos Estados Unidos no quarto trimestre. O país passa por um aperto monetário há mais de 18 meses, com o efeito da alta de juros sendo repassado para a economia real.
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Não é só os EUA: China também enguiça
Nesta semana, projeções de refinamento aquém vindas da China ampliaram o modo de aversão ao risco nos mercados de petróleo.
Refinarias independentes situadas no maior consumidor de energia do mundo reportaram margens de lucro negativas no mês de outubro, à medida que os estoques aumentam.
Dados divulgados na madrugada de hoje sobre a balança comercial de outubro, não ajudaram no humor. No mês passado, a China registrou queda de 6.4% das exportações, acima da projeção de queda de 3,7%. Já o superávit comercial frustrou a projeção de US$ 79,1 bilhões, totalizando US$ 56,5 bilhões.
Mais sinais de desaceleração da economia chinesa vieram com a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), divulgado ontem.
O indicador registrou uma deflação de 2.6% em termos anuais, permanecendo no décimo terceiro mês em terreno consecutivo.