Petróleo desaba, tira força do etanol e ameaça preço da cana; açúcar também cai
O petróleo derretendo na ICE Europe aumenta as preocupações dos produtores de cana. Até que o coronavírus não se instalasse de vez, a gasolina vinha com pouca competitividade. Depois o barril do Brent veio ladeira abaixo e nesta parte do dia (6) na bolsa de Londres bate em US$ 47, com mais de 4% de recuo.
A seguir assim a Petrobras (PETR4) promoverá mais cortes da gasolina, depois dos 4% recentemente.
O melhor cenário que se desenhava ao menos até meio de janeiro era o etanol competitivo e o açúcar também, segundo Alexandre Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).
Demanda nas duas pontas do mix e cana mais valorizada.
A commodity mantém perspectiva de alta na bolsa de Nova York, diante de déficit global calculado – é prejudicada agora também pela aversão ao risco pelo coronavírus, descendo a 13 centavos de dólar por libra-peso. Mas o primeiro está cada vez mais ameaçado porque a atividade econômica global está cada vez mais sob risco.
“A perspectiva de preços bons para a cana era boa com os preços do açúcar no mercado internacional e a manutenção do preço do petróleo”, acentua Lima, presidente presidente também da Usina Cruangi, de Pernambuco, unidade da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Coaf).
Ao menos o açúcar mais valorizado, tocando máximas em Nova York, compensa a perda que pode haver no biocombustível.
No Nordeste, a safra recém acabou na maioria das regiões. No Centro-Sul, a safra está para começar em menos de um mês, embora várias unidades iam antecipar a moagem justamente pelos baixos estoques de etanol hidratado, esgotados com o forte consumo até final de janeiro.