Petróleo

Petróleo desaba 8% nos primeiros pregões de 2023, com fantasma de recessão

04 jan 2023, 19:04 - atualizado em 04 jan 2023, 19:15
Petróleo Europa Total
Os dois primeiros pregões de 2023 foram negativos para o petróleo (Imagem: REUTERS/Stephane Mahe)

Os contratos futuros de petróleo estenderam as perdas de ontem, puxados por temores de uma recessão em escala global.

Por volta das 18h30, o Brent (referência internacional) e o WTI (referência americana) futuros perdiam, respectivamente, 4,88% e 5,18%. Com a negociação do dia, o Brent volta a operar abaixo dos US$ 80 por barril, igualando marca de um mês atrás.

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Petróleo reage a juros ‘insistentes’ e dados fracos da China

A força vendedora sobre os mercados da commodity está atrelada a perspectiva de uma desaceleração ampla induzida pelo aumento de juros nos Estados Unidos.

Hoje, a ata do Federal Reserve revelou que dirigentes da autoridade não enxergam um corte dos juros em 2023, sugerindo que a taxa básica permanecerá mais elevada por mais tempo do que previam os mercados. O BC americano tem por missão combater uma inflação superior a 7%.

Investidores dos mercados da commodity também esperam do Banco Central Europeu (BCE) uma postura semelhante, haja vista a permanência do quadro de crise energética no conti nente europeu que tem elevado o preço do gás natural.

Nesse contexto, a possibilidade de que a Rússia tome medidas retaliatórias contra o ‘teto de preço’ sobre o petróleo exportado pela nação ao Ocidente também alimenta a aversão ao risco dos mercados nesses primeiros dias do ano.

Covid-19 na China prejudica perspectiva de consumo de curto-prazo para petróleo (Imagem: REUTERS/Aly Song)

Contribui ainda para um pior sentimento a última rodada de indicadores de atividade da China. O PMI industrial do país caiu de 49,9 em novembro para 49,0 em dezembro; leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade econômica.

O encolhimento da atividade industrial ocorre na esteira do grande surto de coronavírus que atingiu diversas regiões do país, levando ao fortalecimento de medidas de restrição de circulação, o que acabou impactando a demanda no curto-prazo.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.