Petróleo desaba 8% nos primeiros pregões de 2023, com fantasma de recessão
Os contratos futuros de petróleo estenderam as perdas de ontem, puxados por temores de uma recessão em escala global.
Por volta das 18h30, o Brent (referência internacional) e o WTI (referência americana) futuros perdiam, respectivamente, 4,88% e 5,18%. Com a negociação do dia, o Brent volta a operar abaixo dos US$ 80 por barril, igualando marca de um mês atrás.
Petróleo reage a juros ‘insistentes’ e dados fracos da China
A força vendedora sobre os mercados da commodity está atrelada a perspectiva de uma desaceleração ampla induzida pelo aumento de juros nos Estados Unidos.
Hoje, a ata do Federal Reserve revelou que dirigentes da autoridade não enxergam um corte dos juros em 2023, sugerindo que a taxa básica permanecerá mais elevada por mais tempo do que previam os mercados. O BC americano tem por missão combater uma inflação superior a 7%.
Investidores dos mercados da commodity também esperam do Banco Central Europeu (BCE) uma postura semelhante, haja vista a permanência do quadro de crise energética no conti nente europeu que tem elevado o preço do gás natural.
Nesse contexto, a possibilidade de que a Rússia tome medidas retaliatórias contra o ‘teto de preço’ sobre o petróleo exportado pela nação ao Ocidente também alimenta a aversão ao risco dos mercados nesses primeiros dias do ano.
Contribui ainda para um pior sentimento a última rodada de indicadores de atividade da China. O PMI industrial do país caiu de 49,9 em novembro para 49,0 em dezembro; leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade econômica.
O encolhimento da atividade industrial ocorre na esteira do grande surto de coronavírus que atingiu diversas regiões do país, levando ao fortalecimento de medidas de restrição de circulação, o que acabou impactando a demanda no curto-prazo.