Petróleo dá ‘cavalo de pau’ impressionante e cai mais de 5%
O preço do petróleo está em derrocada nesta terça-feira (30), devolvendo todos os ganhos da segunda-feira.
Por volta das 16h40, as referências de petróleo WTI (americana) e Brent (internacional) caíam, respectivamente, 5,50% e 5,58%.
O ‘cavalo de pau’ dos mercados e o fantasma da recessão
O medo de que uma recessão econômica abata o crescimento global no curto e médio prazo tinha saído um pouco do noticiário do petróleo, dando lugar para questões do lado da oferta, como àquelas envolvendo o Irã, Arábia Saudita, a crise energética na Europa e, mais recentemente, Líbia e Iraque.
Hoje, contudo, é um ‘comeback’ do fantasma da estagnação econômica. Dados dos Estados Unidos mostraram uma economia que ainda esconde pressões inflacionárias em seu cerne, dando margem para ações mais agressivas do Banco Central norte-americano cujos efeitos colaterais se dão através da supressão da demanda.
O aperto monetário mais amplo foi cantado também por Philip Lane, economista-chefe do Banco Central Europeu. O dirigente defende que o BCE deverá aumentar juros de maneira constante, sem ter medo da temida palavra com ‘R’. Já hoje, as apostas são de um aumento de 0,75 p.p para a próxima reunião da autoridade monetária europeia, em setembro.
De quebra os mercados também ficam aflitos coma divulgação do PMI chinês, haja vista a recente fragilidade da atividade econômica na segunda economia do mundo. O indicador sai ao fim da noite de hoje (horário de Brasília).
O ‘conjunto da obra’ que tinha sido preterido por um agitado noticiário envolvendo os produtores parece ter precipitado de uma só vez. A queda dos mercados pode ser sinal de uma nova percepção por parte dos investidores de que não há espaço para que o petróleo continue navegando a preços altos demais, sob o risco de retroalimentar as pressões inflacionárias contra as quais atuam hoje os Bancos Centrais mundiais.
A disputa entre os fatores da oferta e demanda continuará a ter desdobramentos nos próximos dias, quando a Opep+ anunciará o montante da produção para outubro. Cenas dos próximos capítulos.
Petrobras (PETR4) e petroleiras internacionais caem forte
A queda do petróleo puxa consigo as ações das principais petroleiras do mundo.
Após o fechamento do mercado em Londres, a Shell (SHEL) caiu 0,58%. Em Nova York, às 16h40, ExxonMobil (XOM) e Chevron (CVX) perdiam, respectivamente, 3,82% e 2,46%.
A Petrobras (PETR4) opera em forte queda, próxima dos 5,80%.
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