Petróleo caminha para chegar a US$ 90 o barril, aponta Citi
O petróleo Brent se aproximou de US$ 85 o barril em meio à crise global de energia que aumenta a demanda na Europa e na Ásia antes do inverno no hemisfério norte.
Os futuros do Brent chegaram a subir 2,7%, para o nível mais alto desde outubro de 2018. Os preços globais de combustíveis como carvão e gás natural sobem diante da redução dos estoques antes da temporada de maior demanda por aquecimento, o que leva à procura por derivados de petróleo como diesel e querosene.
A oferta aperta rapidamente já que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados mantêm os planos de repor a produção de forma gradual.
A estrutura de preços do mercado também envia sinais de ganhos, com a diferença entre os contratos para entrega em novembro e dezembro em Nova York ampliada para o maior nível em mais de dois anos, o que indica estoques em baixa no centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma.
“Definitivamente, há esse temor de que o lado da oferta venha a secar”, disse Fiona Cincotta, analista sênior de mercados financeiros do City Index. Mesmo com a Opep repondo a oferta, isso não “terá necessariamente um grande impacto em esfriar o preço do petróleo. O petróleo rumo a US$ 90 está claramente à vista”.
O petróleo Brent avançou cerca de 20% desde meados de agosto com o agravamento da crise de energia. A Saudi Aramco estima que a escassez de gás já aumentou a demanda por petróleo em cerca de 500 mil barris por dia, enquanto o Citigroup projeta que o volume possa atingir cerca de 1 milhão por dia em um cenário altista.
O Citi elevou sua estimativa de preço do Brent neste trimestre para US$ 85 o barril, podendo chegar a US$ 90 em alguns períodos, devido à “maior demanda, oferta perdida, troca de gás por petróleo e contágio de preços neste inverno”, de acordo com um relatório.
Ainda assim, há possibilidade de que os sinais de desaceleração do crescimento global – em parte por causa dos maiores preços da energia – aliviem parte da pressão da demanda sobre o petróleo.
O Goldman cortou as previsões para o crescimento da economia dos EUA neste ano e no próximo devido ao atraso da recuperação dos gastos do consumidor. A crise de energia na China e na Índia também pode levar a um desaquecimento econômico na Ásia.