Commodities

Petróleo cai 1% com proposta russa de elevar oferta; Spread WTI/Brent vai a US$ 10

19 jun 2018, 14:36 - atualizado em 19 jun 2018, 14:36

Por Investing.com – Os preços do petróleo registraram perdas na manhã desta terça-feira, com sinalização que a Opep e a Rússia poderão expandir fortemente a oferta global.

Os futuros do petróleo WTI negociados em Nova York cediam US$ 1,00, ou 1,5%, para US$ 64,69 às 12h30, enquanto o Brent perdia US$ 0,59, ou 0,8%, e era negociado a US$ 74,75. O spread entre os benchmarks está na casa dos US$ 10, um dos maiores dos últimos anos, em um movimento que estimula as exportações norte-americanas.

O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, disse a jornalistas que planeja propor um aumento de produção da casa de 1,5 milhão de barris/dia aos membros. A fala de Novak vem dias antes de reunião da Opep, Rússia e grandes produtores em Viena, na Áustria, e a expectativa é que revisem seu atual acordo de produção que cortou em 1,8 milhão de barris/dia desde janeiro de 2017.

Os dias que antecedem o encontro são marcados por falas divergentes dos representantes dos países, que provocam volatilidade no mercado. O sinal é que não há uma unanimidade na direção do acordo deverá tomar.

Os relatos na imprensa mostram que a Rússia e a Arábia Saudita planejam um aumento mais forte, enquanto outros produtores como Irã, Iraque, Venezuela e Argélia gostariam de manter o acordo atual ou elevar em um patamar bem menor.

Nesta semana, fontes da Opep informaram que o cartel deveria discutir uma na produção de petróleo de 300 mil a 600 mil barris/dia para achar um meio termo entre as propostas dos líderes Rússia e Arábia Saudita e os defensores da manutenção do corte.

Na segunda-feira, o ministro do Petróleo do Equador, Carlos Perez, previu uma difícil reunião da Opep. “Há outros países que não querem reduzir os cortes. Vai ser difícil … uma reunião difícil “, disse Perez.

Além da reunião dessa semana, o grupo poderá voltar a avaliar o mercado em setembro, segundo Novak. Analistas do mercado veem na proposta de aumento de 1,5 milhão apenas uma tática para pressionar os demais membros do acordo a elevar a produção.

O mercado de petróleo deverá ver nos próximos meses uma pressão crescente sobre a produção do Irã com a reintrodução das sanções norte-americanas ao país, após Trump ter decidido unilateralmente abandonar o acordo nuclear.

Os EUA também têm ampliado as sanções à Venezuela, que enfrenta o sucateamento da sua estatal PDVSA e a expectativa é que a produção do país siga em declínio.

A redução nos dois grandes exportadores abriria espaço em um mercado com demanda crescente para revisão no acordo de corte de produção.

Com o limite na produção, os países têm visto sua participação no mercado encolher, especialmente com o boom de crescimento na extração dos EUA, que tem batido recordes todos os meses. Segundo dados oficiais, a produção no país subiu para 10,5 milhões de barris/dia de 8,828 milhões de barris/dia em janeiro de 2017, primeiro mês do acordo de produção da Opep. O salto é de 1,67 milhão de barris/dia, quase do mesmo tamanho do corte de 1,8 milhão de barris/dia dos exportadores.

Dados de estoque no radar

Amanhã, a agência de energia dos EUA publicam os números oficiais de estoques do país e a expectativa do mercado é de nova redução, na casa dos 2,7 milhões de barris na semana passada. Para os estoques de gasolina, a previsão é de queda de 0,5 milhão de barris e para os demais óleos combustíveis é de queda de 0,367 milhãode barris.

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