Petróleo atinge mínima de 6 meses com planos da Opep+, tarifas dos EUA e pausa na ajuda à Ucrânia

Os preços do petróleo caíram para mínimas em seis meses após relatos de que a Organização dos Países Exportadoras de Petróleo e Aliados (Opep+) planeja continuar com os aumentos de produção em abril, enquanto também sofreram pressão adicional das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre Canadá, México e China.
Nesta terça-feira (4), os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para maio, caíram 0,81%, a US$ 71,04 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para abril recuaram 0,16%, a US$ 68,26o barril, em New York Mercantile Exchange (Nymex).
O que mexeu com petróleo hoje?
A Opep+ decidiu a prosseguir com um aumento planejado de produção de petróleo de abril de 138.000 barris por dia, o primeiro desde 2022, na última segunda-feira (3).
A mudança pegou o mercado de surpresa, disse Bjarne Schieldrop, analista chefe de commodities da SEB.
“A mudança na estratégia da Opep sugere que eles estão priorizando a política em vez dos preços. Essa política provavelmente está conectada com as negociações de Donald Trump”, disse Schieldrop, referindo-se aos apelos do presidente dos EUA por preços mais baixos do petróleo.
Já as tarifas dos EUA de 25% sobre as importações do Canadá e México entraram em vigor nesta terça-feira (4), enquanto as tarifas sobre as importações de bens chineses foram aumentadas de 10% para 20%. Os países anunciaram retaliações às taxações — o que aumentou a aversão ao risco dos investidores.
Os analistas esperam que as tarifas restrinjam a atividade econômica e a demanda por energia, impactando os preços do petróleo.
Além disso, algumas tensões geopolíticas se moderaram depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que lamentava o confronto da semana passada com Donald Trump na Sala Oval, acrescentando que Kiev estava pronta para sentar-se à mesa de negociações o mais rápido possível.
A declaração veio depois que Trump decidiu pausar toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia.
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*Com informações de Reuters