Petróleo até 2045? Opep ‘ignora’ mudanças climáticas e projeta demanda crescente nos próximos 22 anos
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projeta um aumento na demanda global por petróleo até 2045.
As novas projeções da organização vão contra com esforços e políticas globais para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Vale lembrar que no curto prazo, o Brasil conta com uma meta ambiciosa de reduzir suas emissões de carbono 50% em até 2030. Para 2050, a ideia é de que o Brasil e o mundo zerem suas emissões de carbono.
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No relatório da Opep, publicado na última segunda-feira (9), o cartel espera que a demanda de petróleo atinja 116 milhões de barris por dia até 2045, avanço de 16,5% frente 2022.
Na visão Haitham Al Ghais, o mundo continuará usando fontes de energia como o petróleo e o gás nas próximas décadas, com uma demanda potencial ainda maior.
Nesta semana, em função da escala da Guerra em Israel, os preços do barril do brent registraram volatilidade. Hoje (12), por volta de 11h13, os preços do contrato para dezembro avançavam 1,27%, aos US$ 86,91.
As mudanças climáticas e a Opep
Segundo a Opep, a demanda global de petróleo será impulsionada pelas nações que não pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com a Índia à frente.
Para a Opep, a demanda de petróleo poderá ser satisfeita apenas com investimentos estimados em US$ 14 trilhões no setor entre 2023 e 2045, ou seja, cerca de US$ 610 bilhões (R$ 3,1 trilhões) em média por ano.
“É benéfico tanto para os produtores como para os consumidores”, defendeu Haitham Al Ghais no documento que foi publicado menos de oito semanas antes da próxima reunião global sobre o clima, a COP28, em Dubai, que abordará o futuro dos combustíveis fósseis.
“Os apelos à interrupção dos investimentos em novos projetos são errados e podem levar ao caos energético e econômico”, alertou Haitham Al Ghais, em uma crítica direta ao cenário proposto pela Agência Internacional de Energia (AIE) para que o mundo alcance a neutralidade do carbono em 2050.
“Não existe um caminho único para alcançar a neutralidade do carbono”, afirmou perante os membros da Opep, garantindo que o petróleo continuará tendo uma “parte preponderante”.