Mercados

Petróleo amarga 20% a níveis da Guerra do Golfo e arrasa bolsas globais

09 mar 2020, 6:49 - atualizado em 09 mar 2020, 6:49
Tamanha volatilidade se deve a retaliação saudita ante a Rússia, após fracasso das negociações sobre a restrição da produção mundial de petróleo (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O preço do petróleo desabou a níveis que não eram vistos desde 1991, durante a Guerra do Golfo. Nesta segunda-feira (9), o petróleo Brent, negociado na bolsa de Londres, caía 19,49%, a US$ 36,72 às 06h49 (horário de Brasília). A queda acentuada ameça empresas dependentes do setor petrolífero, como a estatal brasileira Petrobras (PETR3; PETR4).

Tamanha volatilidade se deve a retaliação saudita ante a Rússia, após fracasso das negociações sobre a restrição da produção mundial de petróleo para atenuar os efeitos econômicos da epidemia do novo coronavírus (Covid-19).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) costurava um acordo com a Rússia há três anos, mas a recusa de Moscou em apoiar cortes mais profundos na produção petrolífera incendiou a reação da Arábia Saudita, líder da Opep.

Opep
A recusa de Moscou em apoiar cortes mais profundos na produção petrolífera incendiou a reação da Arábia Saudita, líder da Opep (Imagem: Reuters/Leonhard Foeger)

O governo saudita decidiu reduzir drasticamente o preço do petróleo e impulsionar a produção, conforme reportagem do The Wall Street Journal, que observa a reação dos investidores à decisão do reino tendo em vista a demanda incerta desencadeada pelo Covid-19.

Há uma forte procura por títulos do Tesouro dos EUA e outros ativos de segurança, como o ouro.

Guerra de preços

Saudi Aramco
Os papéis da Saudi Aramco despencaram 9,1% (Imagem: Reuters/Maxim Shemetov)

No Oriente Médio, a estatal saudita Aramco já sente a mordida da guerra de preços da commodite, que resultou na decaída das ações para abaixo do preço de oferta pública inicial (IPO). O mercado saudita fechou o pregão com desvalorização de 8,3%.

Os papéis da Saudi Aramco despencaram 9,1%, a 30 riyals (US$ 8), a queda percentual diária mais intensa que levou a cotação abaixo dos 32 riyals da estreia.

Na Ásia e Oceânia, as principais bolsas sentiram os reflexos da desvalorização do petróleo. Austrália e Japão lideraram as perdas, tombando mais de 7% e 5%, respectivamente. Hong Kong, Coreia do Sul e índices da China também ficaram no vermelho.

A Europa já nota o baque na abertura das operações no continente. Londres afundava quase 8%, Paris beirava 7% e Frankfurt minguava  às 06h49 (horário de Brasília).

(Com Reuters e The Wall Street Journal)

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