Petróleo: Acordo EUA-Venezuela elevaria produção do país latino em 25%
Enquanto os mercados de petróleo buscam precificar o risco de um conflito regional no Oriente Médio, novidades nas relações entre Venezuela e Estados Unidos podem agir contra a alta nos preços do barril.
Como noticiado na segunda-feira (16), representantes do governo de Joe Biden e Nicolás Maduro estavam próximos de chegar a um acordo, no qual se aliviaria sanções econômicas sobre o país latino-americano, com a condição de que o governo Maduro garanta eleições mais limpas e monitoradas em 2024.
A prova do sucesso das negociações veio na noite de ontem, com comunicado oficial do Tesouro dos Estados Unidos.
A pasta suspendeu, por um período de seis meses, as sanções sobre transações financeiras envolvendo o setor de óleo e gás da Venezuela.
O Tesouro passa a permitir também a negociação no mercado secundário de títulos da dívida venezuelana e de papéis da dívida da estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA).
Segundo analistas consultados pela Bloomberg, a suspensão de sanções sobre o setor petroleiro da Venezuela pode elevar em até 25% a produção do país. A capacidade de produção do país está na casa dos 750 mil barris por dia.
A incógnita que fica é sobre a rapidez com que essa retomada de produção irá acontecer. Analistas mais otimistas esperam um repique em até seis meses.
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Petróleo tem nova sessão de forte alta, com medo de “espiral do caos” no Oriente Médio
Os mercados de petróleo reverteram as perdas do início do pregão, motivadas pelo acordo, e voltaram a se concentrar sobre a possibilidade de que se envolvam no conflito grandes produtores da região.
Ao fim da tarde, o Brent e o WTI subiam, respectivamente, 1.78% e 2.13%. Com isso, ambas as referências voltam a ser negociadas acima dos US$ 90 por barril.
Nesta quinta-feira, o exército de Israel sinalizou que a incursão terrestre na Faixa de Gaza poderá ocorrer em “breve”. O temor entre analistas internacionais é que a ação de Israel acabe precipitando a entrada do Hezbollah e do Irã no conflito.
Ainda hoje, os Estados Unidos disseram ter interceptado um míssil do Iêmen, que tinha Israel como alvo. Os americanos instalaram dois porta-aviões na costa leste do Mediterrâneo, em manifesto de apoio a Tel Aviv e sinal de dissuasão para uma escalada do conflito.