Petroleiros querem anulação de assembleia que elegeu novo conselho de administração da Petrobras
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) pretendem a anulação da assembleia geral extraordinária que elegeu o novo conselho de administração da Petrobras.
Em comunicado, a FUP alega que o resultado da AGE demonstrou desrespeito à Lei das Estatais, descaso com a governança corporativa e abuso do direito de acionista, ao eleger nomes considerados inelegíveis pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) e pelo conselho de administração da empresa devido a conflitos de interesses.
“Voltaremos com nova representação na Comissão de Valores Mobiliários”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Para a Anapetro, nomeação de pessoas passíveis de conflitos de interesses gera riscos de prejuízos à Petrobras.
“A alternativa será a judicialização do resultado da AGE. Insistiremos na reprovação e anulação da assembleia”, afirmou o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot.
As oito vagas do conselho de administração que estavam em jogo na AGE foram preenchidas por seis candidatos da União, Gileno Barreto, Caio Andrade (atual CEO), Jônathas de Castro, Ricardo Alencar, Edison Garcia, Iêda Cagni, além de dois nomeados pelos acionistas minoritários, Marcelo Gasparino e José João Abdalla.
A eleição ocorreu pelo sistema de voto múltiplo. Barreto também foi confirmado no cargo de presidente do conselho.
Ficaram de fora os dois candidatos da União que concorriam à reeleição: Márcio Weber e Ruy Schneider.
Nota da FUP sobre os resultados da AGE da Petrobrás
Federação entrará com ação na Justiça Federal e com nova petição na CVM para anular assembleia
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2022 — Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o desrespeito à Lei das Estatais, o descaso com a governança corporativa e o abuso de direito do acionista majoritário ficaram escancarados na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Petrobrás realizada nesta sexta-feira, 19.
“Vamos entrar com ação na Justiça Federal, na segunda-feira, 22, para anular a assembleia. Além disso, voltaremos com nova representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ao comentar o resultado da AGE que aprovou dois candidatos indicados pela União — Jônathas de Castro, secretário-executivo da Casa Civil, e Ricardo Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional (PGFN) — considerados, por unanimidade, inelegíveis pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) e pelo Conselho de Administração da empresa, devido a conflitos de interesses.
“A alternativa será a judicialização do resultado da AGE. Insistiremos na reprovação e anulação da assembleia. A nomeação de pessoas passíveis de conflitos de interesses e sem a necessária formação e experiência no setor de petróleo e gás é inadmissível, pois, além de ferir a lei, ficam mais sujeitas a desmandos do acionista majoritário, podendo trazer prejuízos para empresa a partir de medidas danosas e muitas vezes eleitoreiras. É um precedente que não podemos deixar acontecer”, ressaltou o presidente da Anapetro (associação que representa os acionistas minoritários da Petrobrás), Mário Dal Zot.
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