BusinessTimes

Petroleiras chinesas negociam fatia da Exxon em campo no Iraque

20 nov 2020, 13:25 - atualizado em 20 nov 2020, 13:25
Shell
Um acordo marcaria a saída da Exxon do projeto e o contínuo recuo de grandes petrolíferas internacionais no Iraque, após a saída da Royal Dutch Shell do gigante campo Majnoon há três anos (Imagem: Unsplash/@marcrnt)

As gigantes China National Petroleum e CNOOC estudam comprar a participação restante da Exxon Mobil em um campo de petróleo no Iraque, que poderia valer pelo menos US$ 500 milhões, segundo pessoas a par do assunto.

Um acordo marcaria a saída da Exxon do projeto e o contínuo recuo de grandes petrolíferas internacionais no Iraque, após a saída da Royal Dutch Shell do gigante campo Majnoon há três anos.

Termos contratuais rigorosos, atrasos nos pagamentos e instabilidade política reduziram o apelo do que foi antes o reluzente prêmio de petróleo do Oriente Médio.

“O Iraque não se mostrou tão atraente quanto se esperava há uma década”, disse Richard Bronze, cofundador da consultoria Energy Aspects. “Empresas americanas e europeias não estão buscando essas grandes oportunidades de exploração, o que é má notícia para os planos de expansão do Iraque. Em contraste, empresas chinesas ainda estão interessadas.”

A CNPC e a CNOOC, ambas estatais, avaliam um possível acordo para comprar a participação de 32,7% da Exxon no campo Qurna Oeste 1 do Iraque, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Nenhuma decisão final foi tomada e não há garantia de que as deliberações levem a um acordo, disseram as pessoas. Os riscos geopolíticos no Iraque podem trazer incertezas para qualquer possível negócio, acrescentaram. Representantes da CNOOC, Exxon e CNPC não quiseram comentar.

A saída da Exxon do campo aumentaria as dúvidas sobre um grande projeto de injeção de água visto como fundamental para o crescimento da capacidade de produção do Iraque.

A empresa dos EUA está em negociações sobre o projeto de abastecimento com água do mar para os campos de petróleo do sul, que enfrentou vários atrasos.

A saída da Exxon do campo aumentaria as dúvidas sobre um grande projeto de injeção de água visto como fundamental para o crescimento da capacidade de produção do Iraque (Imagem: Wikimedia Commons)

Embora o governo em Bagdá tenha avançado na reconstrução do setor de petróleo marcado pela guerra na última década – efetivamente dobrando a produção entre 2010 e 2015, apesar da insurgência islâmica e outros desafios -, foi repetidamente forçado a reduzir metas de produção mais elevadas.

O país bombeou cerca de 4,8 milhões de barris por dia em setembro passado, pouco antes de uma nova rodada de cortes de fornecimento decidida com outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

O país tem como objetivo produzir 7 milhões de barris por dia até 2027, disse o ministro do Petróleo do Iraque, Ihsan Abdul Jabbar, no mês passado.

Em 2010, a Exxon assinou um acordo com a estatal iraquiana South Oil para reabilitar e reconstruir o campo de petróleo Qurna Oeste.

Três anos depois, a Exxon reduziu sua fatia vendendo uma participação para a PetroChina, unidade de capital aberto da CNPC, e para a PT Pertamina. A Itochu Corp. adquiriu a participação de 19,6% da Shell no campo em 2018.