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Petrobras: venda da BR é ótimo sinal, mas eleições em 2022 podem travar desinvestimentos

15 jun 2021, 16:51 - atualizado em 15 jun 2021, 16:51
Pré-sal Petróleo PETR4
A dívida líquida da companhia pode cair a US$ 43 bilhões no final deste ano, o que sugere pagamentos de dividendos mais fortes(Imagem: Reuters/Bruno Domingos)

A Petrobras (PETR3;PETR4), apesar da recente turbulência política, parece que está encontrando o “caminho das pedras”.

Na última semana, duas notícias chamaram a atenção: o recebimento de R$ 2,94 bilhões de um acordo de coparticipação para o campo de Búzios e a venda dos 37,5% restantes na BR Distribuidora (BRDT3), que agora parece inevitável, com uma entrada potencial de cerca de R$ 11,5 bilhões.

Esse “pacotão” de notícias é um ótimo sinal de que a Petrobras não mudou a sua estratégia de venda de ativos. Dessa forma, o BTG Pactual elevou o seu preço-alvo para R$ 36, potencial de valorização de 26%.

“Desde nossa redução de rating, argumentamos que isso é fundamental para restaurar a confiança de que a PETR continuaria a se tornar uma empresa mais enxuta e ágil, e que seu caminho de desalavancagem não estava em risco”, afirmaram os analistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Luiz Temporini.

Segundo a equipe, juntamente com a forte geração de fluxo de caixa livre (FCF) da PETR com base nos preços de mercado atuais, a alavancagem da empresa ficará mais perto de sua meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões.

Com as duas novidades, a dívida líquida da companhia pode cair a US$ 43 bilhões no final deste ano, o que sugere pagamentos de dividendos mais fortes já nos próximos 6 a 12 meses, supondo que a estatal use fluxos de caixa para manter sua posição de caixa bruto no nível ou menor do que no primeiro trimestre de US$ 12 bilhões.

“Acreditamos que os investidores devem agora voltar sua atenção para a venda de refinarias, que continua sendo crucial para reduzir “estruturalmente” os riscos do caso de investimento”, pontuam.

A equipe admite que o preço das ações da petroleira está barato, negociando a 2,7 vezes o EV/Ebitda, que mede o valor da empresa.

Porém, a preocupação recai nas eleições presidências do ano que vem. O BTG alerta que janela para as vendas dos ativos está chegando ao fim.

“Se a venda das principais refinarias não for concluída a tempo, o risco é que o ruído político durante o ano eleitoral que se aproxima possa ser um entrave aqui”, aponta.

Por volta das 16h50, as ações preferenciais da Petrobras subiam 0,70%, a R$ 28,93.

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