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Petrobras vai virar “máquina de dividendos” em 2021, e papel pode disparar 47%

17 set 2020, 13:02 - atualizado em 17 set 2020, 13:02
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Com moral: Petrobras volta a empolgar os analistas e investidores (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

O alinhamento de alguns fatores transformará a Petrobras (PETR3; PETR4) numa “máquina de geração de caixa livre para o acionista” no ano que vem. A avaliação é do BTG Pactual (BPAC11), em relatório enviado aos clientes nesta quinta-feira (17).

O primeiro é o corte de US$ 64 bilhões nos investimentos planejados entre 2021 e 2025. Além do impacto da pandemia de coronavírus, a redução é uma resposta ao dólar mais caro, bem como à busca da empresa por uma estrutura de custos mais enxuta, segundo o banco.

O BTG Pactual recorda que a Petrobras vai priorizar os projetos com breakeven (ponto em que as receitas e os custos se equiparam) abaixo de US$ 35 por barril. Thiago Duarte, Pedro Soares, Daniel Guardiola e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório, afirmam que o movimento foi “muito bem-vindo, pois traz um sentido ainda mais realista para o plano de investimentos” da companhia.

O quarteto acrescenta que aproveitou o anúncio do corte de investimentos para rever suas estimativas, incorporando um novo preço para o petróleo tipo Brent, o dólar mais caro e a nova curva de investimentos.

À prova de tudo

“Mesmo sob o que se poderia chamar de ambiente difícil, agora vemos a Petrobras gerando um FCFE yield de 22% (!) em 2021”, afirmaram os analistas – com direito a ponto de exclamação no meio da frase e tudo. O FCFE yield costuma ser interpretado, pelo mercado, como um indicador do potencial de dividendos que uma empresa pode distribuir.

Por isso, na prática, ele representa um retorno potencial de 22% sobre o valor das ações preferenciais da Petrobras (PETR4), o que justifica a empolgação do BTG Pactual. Não bastasse isso, o banco insiste em outra vantagem – o papel está barato.

“A Petrobras ainda está sendo negociada a 4x EV/Ebitda 2021 e 22% de FCF yield para 2021, o que, em nossa opinião, parece muito atraente para ignorar”, afirmam os autores do relatório, que acrescentam: “sim, dividendos mais altos ainda estão cerca de 18 meses distantes, mas reiteramos a Petrobras como uma de nossas top picks”.

Para coroar a confiança do BTG Pactual na petrolífera, o preço-alvo de PETR4 foi elevado de R$ 28 para R$ 32, o que implica um potencial de valorização de 47,5% sobre a cotação usada como referência pelo banco.