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Petrobras vai ter que produzir carbono verde na marra, diz cientista “petroleiro”

21 jun 2021, 15:23 - atualizado em 21 jun 2021, 15:23
Refinarias PETR4
Refinarias da Petrobras, como as mundiais, vão se adaptar à economia verde com o tempo (Imagem: Divulgação/Petrobras)

As petroleiras vão ter que se tornar cada vez mais verdes no futuro. Não precisam necessariamente morrer, como geradoras exclusivas da terceira onda da indústria química – a indústria petroquímica – e um mundo que ainda vai precisar da energia do carbono fóssil por muitas gerações, mas terão que agregar o carbono verde em seus portfólios de produtos.

E, aí sim, refinadoras como a Petrobras (PETR4) se não partirem para esse caminho, morrerão por perda de rentabilidade, porque os biocombustíveis e bioprodutos competirão cada vez mais com os derivados poluidores de hoje.

A aposta – e até torcida para que isso aconteça o quanto antes -, é do “petroleiro” Eduardo Falabella, professor de química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), consultor da Petrobras (Cenpes) e idealizador da Fábrica Carioca de Catalisadores, para quem a “quarta onda da indústria química é a da economia verde”. Bioeconomia, na expressão mais corrente entre os cientistas.

Da regulação ambiental nas principais economias globais às incertezas a respeito das escolhas dos consumidores no futuro, passando pela demanda crescente de combustíveis limpos, o veterano cientista, de renome mundial, enxerga as biomassas, o gás natural e os processos alternativos integrados às refinarias clássicas.

Integração

Em live no Canal Bioenergia, da Unicamp, nesta segunda (21), Falabella defendeu o termo “biorrefinaria integrada”, que não seja só capaz de transformar matérias-primas renováveis em variedades de biocombustíveis, bioprodutos e energia elétrica (como está na lei americana da 2008), mas também dar cabo dos resíduos.

Para lá das conjecturas técnicas, como rotas de processamentos e etc, o pesquisador lembrou que as unidades clássicas de refino podem operar com essas novas cargas.

A petroleira brasileira já está operando com o H-Bio, cujo processo refina o petróleo em conjunto com óleos vegetais para produzir o diesel, mas está longe de adotar toda a gama de produtos que pode derivar de uma biorrefinaria integrada, com a variedade de itens que pode sair para consumo com carbono verde.

Em termos gerais, Eduardo Falabella está fazendo coro, ou puxando o coro, de muitos especialistas mundo afora.

No Brasil, por exemplo, a ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP), petroleira de formação, a professora e consultora Magda Chambriard, disse em entrevista recente que é um “retrocesso a Petrobras focar [só] em petróleo e gás”.

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