Petrobras usará recursos investidos em Sépia e Atapu para pagar lances no pré-sal, diz Luna
A Petrobras (PETR4) pretende usar parte dos recursos que receberá em forma de ressarcimento por investimentos já feitos em Sépia e Atapu para quitar os lances do leilão das duas áreas no pré-sal, arrematadas em consórcio nesta sexta-feira no 2º leilão do excedente da cessão onerosa, disse à Reuters o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna.
A empresa deve receber 6,45 bilhões de dólares por investimentos anteriores, feitos enquanto terá que pagar 4,2 bilhões de reais em bônus de assinatura.
“Tudo já estava no nosso planejamento… a Petrobras, com a compensação que vai receber das parceiras, não vai desembolsar nada. Ainda ganha”, afirmou o executivo.
As duas áreas arrematadas poderão, segundo Luna, ajudar a produção da empresa a dar um salto nos próximos anos. “Com certeza isso acontecerá mais à frente”, disse ele, sem estimar um prazo.
No leilão desta sexta-feira, a estatal teve que usar seu direito legal de preferência para ficar como operadora com 30% do campo de Sépia.
O consórcio integrado por TotalEnergies, Petronas e Qatar Petróleo arrematou o bloco Sépia, com oferta de óleo lucro de 37,43%, ante percentual mínimo de 15,02%, batendo oferta da Petrobras, de 30,30%.
Após o anúncio da proposta vencedora, a Petrobras exerceu seu direito de atuar como operadora, com 30% de participação no consórcio vencedor. Com isso, a TotalEnergies terá 28%, Petronas 21% e Qatar 21%.
Luna comemorou o resultado mesmo tendo que lançar mão do direito de preferência.
“O resultado foi muito bom. Entramos no leilão para vencer. Mesmo tendo que usar o nosso direito de preferência”, disse ele.
Para Atapu, por sua vez, o consórcio integrado por Petrobras como operadora e 52,5% de participação, em parceria com Shell (25%) e TotalEnergies (22,5%), fez a única oferta e arrematou o ativo, com oferta de óleo lucro de 31,68%, ante percentual mínimo de 5,89%.
Ao arrematar o bloco, o consórcio pagará um bônus de assinatura 4 bilhões de reais à União.
Segundo o general da reserva, estar presente nas duas áreas leiloadas era estratégico para as ambições da produção da empresa.
“Como definimos no nosso plano estratégico, vamos investir fortemente no pré-sal, onde temos expertise, menor custo de produção e petróleo com baixo teor de enxofre”, completou.