Petrobras tira fôlego do etanol e projeta mais açúcar, mas evolução ainda depende do coronavírus
Os efeitos do coronavírus circulam pelo mundo mexendo com setores econômicos, mas tanto quanto a sombra futura da epidemia, deixam sombras sobre a duração e seus resultados práticos. Desde sábado a Petrobras (PETR3) cobra 4% a menos pela gasolina nas refinarias, mas até que chegue nas bombas – se chegar – vai bater com a oferta do etanol de cana entrando com a safra a partir de abril.
O petróleo fechou a semana passada recuando pouco acima de 13% em Londres, mas o tamanho ou estancamento do estrago que a doença pode levar para o resto do mundo, enquanto na China aparenta desacelerar, determinará a movimentação daqui para frente. Assim, a estatal pode manter os atuais valores, pode baixar mais ou pode subir.
Mais açúcar na safra nova é dado como certo no Brasil a partir do ciclo do Centro-Sul e analistas com Willian Hernanes, da FG/A, calcula que há maiores chances de produção mais elevada de açúcar.
Fala-se entre 28 e 29 milhões de toneladas, cerca de 8% sobre a anterior, com mais cana para moer. Quanto ao etanol, uma queda de 2% a 3%, o que totalizaria cerca de 28 a 29 bilhões de litros.
Os números, portanto, podem mudar de acordo com a situação mundial do contágio.
Num cenário projetado como desta segunda (2), para fim de abril, começo de maio, quando a produção do Centro-Sul estiver rodando bem – embora o número de unidades antecipando moagem deverá ser maior agora em março -, a gasolina fará mais concorrência para o etanol e mais açúcar pode começar a ser produzido. Inclusive porque há um déficit esperado na balança mundial por produção menor na Índia e Tailândia.
Ocorre também que mais açúcar brasileiro projetado igualmente concorre para tirar margem das cotações na bolsa de commodities de Nova York, a ICE Futures.